|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AÇÃO
Que vença o melhor
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Começo com um pequeno
deslize ético, e declaro aqui
minha preferência por Kelly Slater na disputa do título mundial
de surfe, agora duelado cabeça a
cabeça entre ele e Andy Irons, os
dois únicos com chances matemáticas de ficar com a coroa.
Em 1992 Slater, aos 20 anos, tornou-se o mais jovem campeão de
surfe, de lá para cá venceu mais
de 30 etapas do WCT, bateu recordes, aposentou-se, voltou e pode agora, aos 33, tornar-se o mais
velho a vencer. Mas, se as estatísticas já motivam a torcida, mais
ainda seu estilo fora da água, solidário às causas sociais, ligado à
natureza, acessível e simpático.
Com a vitória de Irons na etapa
francesa, realizada na semana
passada com altas ondas em Hossegor, o campeonato ganhou contornos ainda mais emocionantes
e dramáticos. Exatamente como
previsto, o ano de 2005 está sacramentando uma das mais empolgantes rivalidades no esporte: o
havaiano Irons e o americano
Slater vão mesmo fazendo história e, acima de tudo, acrescentando emoção à competição. A vitória de Irons na França serviu para embolar os dois na ponta e,
melhor, adiar a decisão do título
para as duas etapas restantes.
Mas esse "grand finale" vem
sendo anunciado, na verdade,
desde as primeiras etapas, durante as quais o australiano Mick
Fanning, que voltava ao circuito
após um longo período ausente
por contusão, foi o único capaz de
ameaçar entrar nessa briga. Só
que ele rapidamente caiu fora, e o
cenário ficou mesmo entre Slater
e Irons, que estiveram em sete das
nove finais disputadas até aqui,
duas das quais juntos, com uma
vitória para cada lado.
Há dois anos Irons chegou ao
Brasil mais ou menos como Slater
chega agora, precisando terminar
na frente do adversário para ser o
campeão. Não conseguiu, Slater
venceu, ratificou uma seqüência
de bons resultados e levou a decisão para Pipeline, Havaí, última
etapa do circuito. Irons, surfando
em casa, acabou levando a melhor, e Slater ficou com a amarga
sensação de morrer na praia.
Sorte portanto de quem estiver
na praia da Joaquina, em Florianópolis, onde será o Nova Schin
Festival, evento móvel e décima
etapa do ano, cujo período de espera começa no dia 31 deste mês e
vai até 9 de novembro. Porque
trata-se de um duelo de titãs, já
que entre os dois surfistas existem
nove títulos mundiais. Se Slater
vencer, crava a impressionante
marca de sete títulos mundiais. Já
Irons comemorará seu quarto.
Dois feitos absolutamente memoráveis. Por tudo isso, a etapa brasileira deste ano será imperdível.
E se a torcida brasileira pode se
dar bem testemunhando in loco
esse duelo épico, que vale o título,
para os surfistas brasileiros a torcida será pela outra ponta, a do
descenso. Um de nossos melhores
colocados no ranking é o veteraníssimo Victor Ribas, há 18 anos
no circuito, que está na 25ª posição. Antes dele, apenas Paulo
Moura, que é o 20º, e Peterson Rosa, o 24º. Na etapa francesa, Vitinho conquistou um honrado terceiro lugar, resultado que lhe permitiu ingressar na lista dos 27 que
garantem seu lugar na elite do esporte em 2006.
Corrida de aventura
A Buff Nike-ACG foi a primeira das 52 inscritas a chegar na praça da
Matriz em Gramado, ontem, cumprindo os 444 km da Ecomotion
Pro 2005 em 69h. A brasileira Oskalunga Brasil Telecom foi terceira.
Teahupoo - 11 de setembro
As imagens das incríveis ondas captadas no Taiti serão exibidas no
programa do Faustão no próximo domingo. Carlos Burle irá comentar o desempenho de Raimana Van Bastolear e de Shane Dorian.
Surfe - Mundial sub-20
O Billabong Pro Teen definiu o time que disputa a categoria na Austrália: Diana Cristina, Eduardo Rolins, Leandro Bastos, Giancarlo
Zampieri, Tomas Hermes, Taís de Almeida e Thiago Camarão.
E-mail: sarli@trip.com.br
Texto Anterior: Em noite de xodós, Palmeiras chega, enfim, à elite Próximo Texto: Futebol - José Roberto Torero: O melhor jogador do Brasileiro é... Índice
|