Por vaga na semi do Mundial de vôlei, Brasil encara a Alemanha , sparring que o venceu na preparação

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A ROMA

A Alemanha não está entre os favoritos ao título do Mundial de vôlei e ocupa só a 11ª posição do ranking da federação internacional, mas é encarada com respeito pelo time bicampeão do mundo.
Hoje, às 12h, o Brasil revê seu algoz em uma partida decisiva, que definirá a classificação para a semifinal.
O sentimento de revanche vem desde antes do Mundial.
A seleção brasileira fez sua preparação em território alemão, com três amistosos, mas o time germânico não foi um dócil sparring. Aplicou, pela primeira vez, duas derrotas na seleção brasileira.
Com isso, a Alemanha passou a sentir que era possível vencer uma equipe considerada quase imbatível.
"Não tenho problemas para enfrentar o Brasil e, se nós eliminarmos o respeito, podemos jogar no mesmo nível", disse ontem o técnico da Alemanha, o argentino Raúl Lozano, empolgado após a vitória de sua equipe sobre a República Tcheca.
Um dia após perderem no tie-break para o Brasil, os tchecos foram praticamente atropelados pelos alemães.
Em uma partida relâmpago, que durou pouco mais que uma hora, a equipe germânica aplicou 3 sets a 0 (25/23, 25/18 e 25/13).
"Mostramos hoje [ontem] a força do nosso elenco. Mesmo fazendo mudanças na equipe, nosso nível se manteve o mesmo", acrescentou o argentino, cujo trabalho foi reconhecido pelo treinador da seleção brasileira.
"O Lozano fez um ótimo trabalho, quando comandou a Polônia no último Mundial.
Chegou à final invicto e só perdeu para a gente", destacou Bernardinho. "Ele faz seu time evoluir por onde passa. Levou a Espanha para a Olimpíada também e agora está com a Alemanha em uma fase decisiva."
O brasileiro ainda citou Grozer como o atleta de maior destaque do time alemão. Ontem, o oposto brilhou, marcando 15 pontos contra os tchecos.
Para Bernardinho, um dos principais méritos de Lozano na Alemanha foi ter promovido a evolução do sistema defensivo da equipe. Durante os amistosos, com as defesas sucessivas dos alemães, os brasileiros perderam a paciência no ataque e acabaram sendo induzidos a erros.