São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

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Estrutura não basta

Clubes com CTs pomposos lutam contra o descenso, e times com carências materiais colhem bons resultados na temporada nacional

RODRIGO BUENO

DE SÃO PAULO

Algo está abalando as estruturas do futebol brasileiro. Os times com ótimas condições para treinamento penam, e clubes que sofrem com precariedade material colhem ótimos resultados.
Desde a implantação do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro, em 2003, o discurso de que é preciso ter uma excelente estrutura para triunfar ganhou força, mas agora a lógica se inverteu de forma considerável.
Após o tricampeonato do São Paulo, normalmente exemplo de boa estrutura, o Rio tomou conta do Nacional com as conquistas de Flamengo e Fluminense, clubes que não mandam jogos em estádios próprios nem possuem CTs que são referência.
Neste ano, o Vasco lidera o Nacional mesmo sem um CT. Ganhou a Copa do Brasil e tem seus três grandes coirmãos cariocas entre os concorrentes ao título brasileiro.
O Corinthians, vice-líder, melhorou consideravelmente seu CT, mas esse ainda está longe de ficar pronto -as divisões de base estão desalojadas provisoriamente por conta da construção do estádio do clube em Itaquera.
O São Paulo ainda está na briga pelo título, mas não ganha nenhuma taça relevante desde 2008, quando se proclamou "soberano" no país.
Outros clubes de estrutura elogiada fazem muito pior. Atlético-PR, Atlético-MG e Cruzeiro lutam contra o rebaixamento para a Série B.
No ano passado, o canal Sportv fez uma pesquisa para determinar qual clube tinha o melhor centro de treinamento. Os três primeiros, na ordem, foram Atlético-MG, Atlético-PR e Cruzeiro.
O time de Curitiba, que conta com um dos estádios que serão usados na Copa de 2014, cedeu o seu badalado CT do Caju para a seleção brasileira antes da Copa de 2010.
Os dois grandes mineiros sofrem com a ausência do Mineirão nesta temporada, mas não esperavam campanhas tão pífias como as de agora.
O Atlético-MG já caiu uma vez na era dos pontos corridos, e o Cruzeiro tenta se manter como um dos cinco clubes que jamais foram rebaixados no Brasileiro -Flamengo, Internacional, Santos e São Paulo são os outros.
Na pesquisa dos melhores CTs do Brasil, o Palmeiras está na sexta posição. Mesmo com essa estrutura e com um dos técnicos mais renomados do país, não consegue brigar de perto por títulos de maior importância recentemente.
Os dois grandes clubes gaúchos, fortes nas categorias de base e com estádios próprios, fazem uma temporada não mais que regular.
E o dono do oitavo melhor CT do país, segundo essa avaliação, é o Goiás, que hoje está seriamente ameaçado de cair para a terceira divisão -tem os mesmos 33 pontos do São Caetano, primeiro da zona do descenso na Série B.
O Atlético-GO, atual representante de Goiás na elite do futebol brasileiro, dispunha no ano passado "apenas" do 17º melhor CT do país.


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