DA REPORTAGEM LOCAL

Nelsinho Baptista rechaçou proposta do Corinthians, se queimou no Parque São Jorge, foi para o Santos e está em apuros. Após nove jogos no comando do time da Vila Belmiro, obteve três empates, duas vitórias e quatro derrotas e entra no clássico de hoje à tarde ameaçado pela degola.
O presidente do clube, Marcelo Teixeira, está insatisfeito com o rendimento do técnico. Chegou a dizer a amigos na semana passada que Nelsinho ainda acha que está em pré-temporada.
Pesa a favor do técnico, no entanto, o apoio do vice-presidente Norberto Moreira Silva.
Antes de aceitar o convite do Santos, Nelsinho flertou com o rival de hoje. Era a primeira opção para a vaga de Márcio Bittencourt. Pediu alto. Segundo os corintianos, cerca de R$ 500 mil mensais. Por bem menos -R$ 120 mil-, Antônio Lopes, o segundo da lista, acertou com o clube da capital paulista e está perto do título brasileiro.
No Parque São Jorge, virou piada a situação do atual comandante santista. O presidente corintiano, Alberto Dualib, disse que jamais aceitará Nelsinho de volta.
Ficou irritado com a recusa do técnico em voltar ao clube e disse que jamais irá perdoá-lo por ter pedido demissão em 1997, quando conquistou o Paulista. Afirmou que ele nunca explicou o motivo de sua saída.
Diferentemente de Lopes, que teve passagem apagada pelo Santos em 1993, Nelsinho já deu adeus às possibilidades de título.
Luta pelo emprego e por um lugar na Libertadores do próximo ano. O Santos ocupa a sexta posição, com 55 pontos.
"É uma constatação, o time caiu, mas eu já assumi em um momento que não era bom. O clube passa por reformulações, mudanças, e a equipe já estava caindo. Assumi, e o time não estava bem fisicamente, precisávamos então fazer um trabalho rápido de recuperação", defende-se o santista. "E tudo isso, com as mudanças no elenco até, prejudica um trabalho", completa o técnico.
Vendo o rival de hoje abaixo na tabela e desesperado, Lopes rasga elogios ao seu elenco. Disse que deu equilíbrio à equipe, que tem 71 pontos, seis a mais que o segundo colocado.
Sob o comando dele, o time ficou 11 jogos invicto - perdeu a primeira na última quarta-feira para o Cruzeiro. "Estamos bem, mas não podemos comemorar. Ainda temos 18 pontos a disputar e temos que pensar jogo a jogo", diz.(EDUARDO ARRUDA)