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Polícia "descobre" 8.000 bilhetes e prende quadrilha
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Civil do Rio prendeu ontem dez integrantes de
quadrilha que venderia ilegalmente ingressos do jogo de hoje do Flamengo no Maracanã.
Dois funcionários da "cúpula" da BWA, empresa que imprime e comercializa os bilhetes para o clube carioca, estão
entre os presos, diz a polícia.
Para o delegado Rodrigo Oliveira, diretor do Departamento
de Polícia Especializada, o grupo poderia lucrar só no jogo de
hoje cerca de R$ 4,5 milhões.
Todos os envolvidos serão indiciados por crime contra economia popular e formação de
quadrilha. No total, seis funcionários da empresa foram presos, além de quatro cambistas,
sendo um guarda municipal. Os
nomes não foram divulgados.
Na operação, batizada de ""gol
de mão", 8.000 ingressos do jogo foram apreendidos pelos policiais dentro da empresa.
A quadrilha era monitorada
desde setembro. Segundo o delegado, desviava cerca de 20% e
repassava a cambistas. Só no jogo deste domingo, 15.200 ingressos iriam para cambistas. O
ágio poderia chegar até a 650%.
Pelo esquema, os clubes não tinham prejuízo já que a empresa pagava o valor do bilhete.
Na quarta-feira, os últimos
bilhetes foram vendidos no
Maracanã. Na ocasião, cerca de
20 mil torcedores do Flamengo
entraram em confronto com a
polícia. O último lote tinha apenas 5.000 ingressos. Para a partida decisiva do Flamengo, a
BWA imprimiu 78 mil bilhetes.
Na ação policial, foram encontrados na casa de dois supostos chefes do esquema documentos, computadores, celulares e duas armas.
Em nota, a BWA afirmou que
os ingressos apreendidos "são
gratuitos para menores de 12
anos, maiores de 65 anos e cadeirantes desde que estejam
acompanhados de pessoas que
já possuam um ingresso, tudo
especificado no verso".
Disse ainda que "os ingressos
ficam guardados em uma sala
do estádio e são entregues aos
fiscais da Suderj (administradora do Maracanã) e funcionários do Flamengo somente na
abertura dos portões".
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