DO ENVIADO A ATENAS

Afetada pelas obras e à espera de uma revolução em seu sistema de transporte público, Atenas se prepara para vetar o trânsito de veículos em várias regiões da cidade na época dos Jogos. Para o visitante, porém, nem isso parece ser suficiente.
Espraiada pela península de Ática, a cidade parece um mar de prédios de cinco andares -a maior edificação de Atenas tem só 24 pavimentos. Como a maioria não tem garagens, os carros ficam parados em qualquer lugar, até mesmo nas esquinas, tornando o trajeto tarefa digna de manobristas.
O trânsito, nas horas de pico, impressiona e torna a tarefa de pegar um táxi algo como um concurso. É preciso negociar o itinerário com os motoristas, que trabalham como lotações.
Já existe um rodízio de veículos na cidade -carros com matrícula de final par não rodam em dias pares, e os de final ímpar, nos ímpares. É apenas um paliativo. Na terça, em um trajeto de 20 quilômetros entre a Vila Olímpica e o centro da cidade, a reportagem consumiu 70 minutos, mesmo estando em um veículo da organização dos Jogos, ladeado por carros de segurança e batedores.
A situação é tão complicada que o governo estuda uma forma de sugerir aos habitantes que deixem Atenas no período da Olimpíada. (JHM)


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