São Paulo, domingo, 07 de março de 2004

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Tetos são tormento para organização

DO ENVIADO A ATENAS

A confiança que os atenienses insistem em demonstrar a 159 dias dos Jogos, mesmo faltando completar 35% das instalações e várias obras de infra-estrutura na cidade, só arrefece quando surge a palavra teto na conversa.
Teto, no caso, são as coberturas do Estádio Olímpico e do velódromo, localizados no principal complexo construído para o evento, o Oaka, a 18 quilômetros do centro da capital grega.
O primeiro, oficialmente atrasado, é aguardado agora para junho, quando os organizadores dos Jogos Olímpicos esperam realizar os primeiros e talvez únicos eventos-teste no equipamento.
O segundo, rigorosamente em dia para a organização, precisa estar pronto em 15 de maio, conforme acordado com a União Ciclística Internacional, entidade responsável pela modalidade.
As estruturas, gigantescos arcos externos aos estádios que sustentam coberturas de vidros, foram construídas na Espanha. São de autoria do renomado arquiteto Santiago Calatrava, profissional que assina, entre outras coisas, os principais projetos olímpicos dos Jogos de Barcelona-92.
Na semana passada, Calatrava chegou até mesmo a enviar uma carta ao Athoc e ao COI garantindo que as obras terminarão a tempo. Jacques Rogge, presidente do comitê, sugeriu que o teto não era necessário para a realização dos Jogos -para ele, o foco da energias dos gregos deveria estar só nas obras "essenciais".
A polêmica cresceu nos últimos dias, quando o acesso dos jornalistas às duas instalações foi negado. A Folha conseguiu entrar e observar a área. As imagens são pouco animadoras. No velódromo, por exemplo, a pista simplesmente ainda não existe.
Não bastasse tudo isso, um terceiro teto, que não estava nos planos, começa a ser construído depois de amanhã no Oaka.
Após exigência da TV e pressão da Fina (entidade que rege os desportos aquáticos), a principal piscina do complexo aquático ganhará uma cobertura de "estrutura leve e permanente", segundo o diretor de imprensa do parque aquático, Synodinos Gianni.
A conta vai direto para o governo, que arcará com mais 10 milhões. (JHM)


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