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Tetos são tormento para organização
DO ENVIADO A ATENAS
A confiança que os atenienses
insistem em demonstrar a 159
dias dos Jogos, mesmo faltando
completar 35% das instalações e
várias obras de infra-estrutura na
cidade, só arrefece quando surge a
palavra teto na conversa.
Teto, no caso, são as coberturas
do Estádio Olímpico e do velódromo, localizados no principal
complexo construído para o
evento, o Oaka, a 18 quilômetros
do centro da capital grega.
O primeiro, oficialmente atrasado, é aguardado agora para junho, quando os organizadores
dos Jogos Olímpicos esperam realizar os primeiros e talvez únicos
eventos-teste no equipamento.
O segundo, rigorosamente em
dia para a organização, precisa estar pronto em 15 de maio, conforme acordado com a União Ciclística Internacional, entidade responsável pela modalidade.
As estruturas, gigantescos arcos
externos aos estádios que sustentam coberturas de vidros, foram
construídas na Espanha. São de
autoria do renomado arquiteto
Santiago Calatrava, profissional
que assina, entre outras coisas, os
principais projetos olímpicos dos
Jogos de Barcelona-92.
Na semana passada, Calatrava
chegou até mesmo a enviar uma
carta ao Athoc e ao COI garantindo que as obras terminarão a tempo. Jacques Rogge, presidente do
comitê, sugeriu que o teto não era
necessário para a realização dos
Jogos -para ele, o foco da energias dos gregos deveria estar só
nas obras "essenciais".
A polêmica cresceu nos últimos
dias, quando o acesso dos jornalistas às duas instalações foi negado. A Folha conseguiu entrar e
observar a área. As imagens são
pouco animadoras. No velódromo, por exemplo, a pista simplesmente ainda não existe.
Não bastasse tudo isso, um terceiro teto, que não estava nos planos, começa a ser construído depois de amanhã no Oaka.
Após exigência da TV e pressão
da Fina (entidade que rege os desportos aquáticos), a principal piscina do complexo aquático ganhará uma cobertura de "estrutura leve e permanente", segundo o
diretor de imprensa do parque
aquático, Synodinos Gianni.
A conta vai direto para o governo, que arcará com mais 10 milhões.
(JHM)
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