São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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FUTEBOL

Time bate Fortaleza no ABC e obtém 100% de aproveitamento nas 7 vezes em que ficou de "castigo" por causa do STJD

Sem torcida, Santos se mantém na ponta

DA REPORTAGEM LOCAL

Para quê jogar na Vila Belmiro? O Santos provou ontem, pela sétima vez que recebeu uma punição para jogar fora de casa no Brasileiro, que o fator casa e até os torcedores são dispensáveis. Bateu o Fortaleza por 2 a 0, no Bruno José Daniel, no ABC, com portões fechados para o público, e de quebra manteve a ponta do Nacional.
O time do técnico Vanderlei Luxemburgo chegou aos dez pontos -mesma pontuação do Fluminense, que bateu o Paraná (2 a 1), mas tem pior saldo que o Santos.
Pelo retrospecto, o time santista obteve 100% de aproveitamento em todas as vezes em que foi obrigado a ficar de "castigo" devido a uma punição do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
"A torcida faz falta, mas, se ela não se comporta, é melhor que não venha", falou Luxemburgo, aprovando a medida.
Dessa vez, o Santos teve de atuar como mandante e inquilino no ABC por conta de duas punições aplicadas pelo tribunal ao clube no Brasileiro de 2005. A punição havia sido imposta em razão dos incidentes ocorridos na Vila Belmiro após a vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo, pela penúltima rodada daquela competição.
Na ocasião, os torcedores santistas atiraram ovos contra os jogadores em protesto pela má campanha da equipe naquela temporada.
O Santos inquilino começou em 2004, quando ainda não havia a exigência de estádios vazios, só a designação de uma sede a 150 km da "cena do crime. Naquele ano foram quatro punições: 1) Santos 5x0 Fluminense (Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto); 2) Santos 2x1 Goiás (Eduardo José Farah, em Presidente Prudente); 3) Santos 5x1 Grêmio (Benedito Teixeira); 4) Santos 2x1 Vasco (Benedito Teixeira).
Em 2005, já longe de casa e sem torcida, houve um jogo: 5) Santos 4x1 Paysandu (Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul).
E neste ano, também com portões fechados e fora da Vila, mais duas aplicações de pena: 6) Santos 2x0 Atlético-PR (Mogi Mirim).
E a sétima foi a vitória de ontem, em Santo André, e chegou num momento importante para o Santos e Luxemburgo. Três dias antes, o time havia sido eliminado pelo Ipatinga da Copa do Brasil, em cobranças de pênaltis.
Já o Fortaleza continua com seis pontos. Além disso, nunca venceu o Santos no Campeonato Brasileiro. Foram seis derrotas e cinco empates contra o time da Vila.
Ontem, o técnico santista escalou o time com cinco desfalques, sendo quatro por contusão: o zagueiro Luiz Alberto, o volante Fabinho e os atacantes Reinaldo -artilheiro do time no Brasileiro, com dois gols, e na temporada, com oito- e o mexicano De Nigris. Já o volante Cléber Santana cumpriu suspensão por expulsão.
Levou oito minutos para o Santos chegar com perigo à meta do goleiro Maizena, do Fortaleza. O meia santista Rodrigo Tabata arriscou de longe, mas a bola, caprichosa, não entrou.
Segundo o Datafolha, os santistas chutaram oito bolas na primeira etapa, contra cinco do Fortaleza. E foi pressionando que o time do litoral abriu o placar aos 39min. O meia Rodrigo Tabata avançou pela esquerda cruzou para a área, e o zagueiro Gláuber, do Fortaleza, na tentativa de cortar o cruzamento, marcou contra -o juiz deu o gol para o santista.
O segundo gol seguiu a mesma toada. Bola dentro da área rival. Mas, dessa vez, o tento teve a marca santista. Aos 46min, o lateral-direito Neto cruzou da direita para o atacante estreante Rodrigo Tiuí ampliar de cabeça.
"Estou muito feliz, mas não acabou ainda", falou Tiuí no intervalo. Antes, o Fortaleza só havia assustado numa falta cobrada pelo meio-campista Bechara, que fez o goleiro Fábio Costa se esticar todo para tirar a bola da meta.
No segundo tempo, o Fortaleza tentou insistir, mas sem muito perigo. O Santos passou a administrar o resultado até o apito final do juiz. O time volta a jogar pelo Nacional no próximo sábado, quando receberá a Ponte Preta, já na Vila Belmiro. O Fortaleza jogará no dia seguinte ante o Flamengo.


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