São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Ventos favoráveis

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Hoje é o dia de saber qual será a ordem dos jogos do vôlei na Olimpíada de Atenas. O sorteio será nesta manhã, na Grécia. São duas chaves com seis times cada uma. Se as regras tradicionais de composição de grupos forem mantidas, a seleção feminina vai cair em uma chave mais fácil do que a masculina.
Os critérios usados em Olimpíadas anteriores foram os rankings. No masculino, por ser o número um, o Brasil deverá ficar no grupo de Itália (2ª), Rússia (5ª ), EUA (6º), Holanda (12ª) e Austrália (21ª). Na outra chave devem ficar Grécia (sede), Sérvia (3ª), França (4ª), Argentina (8ª), Polônia (9ª) e Tunísia (22ª).
Repare que se confirmada essa formação um dos grupos terá três dos quatro grandes favoritos ao ouro: Brasil, Itália e Rússia. Vale lembrar que Holanda e EUA são times tecnicamente inferiores, mas podem complicar. No outro grupo, a fera é a Sérvia. Classificam-se quatro de cada chave para a fase seguinte.
No feminino, seguindo também o ranking internacional, a tendência é que o Brasil fique na mesma chave de Coréia do Sul, Japão, Itália, Grécia e Quênia. A seleção italiana, atual campeã mundial e que terá o reforço da atacante Togut, é a que dará mais trabalho. Mesmo assim, o Brasil é o favorito a campeão do grupo.
O técnico da seleção feminina, José Roberto Guimarães, torce para que no sorteio de hoje a ordem dos jogos seja em ordem crescente de dificuldade. Ou seja, o ideal seria estrear contra Quênia, depois pegar Grécia, Coréia do Sul, Japão e Itália.
Na outra chave deverão ficar China, Estados Unidos, Rússia, Cuba, Alemanha e República Dominicana. Dessas seis seleções, três têm chances de chegar à final: chinesas, russas e norte-americanas. As cubanas, mesmo sem o grande time de Olimpíadas anteriores, são sempre perigosas.
A possibilidade de cair na chave mais fácil não anima o técnico José Roberto. Ele diz que, nas quartas-de-final, quando o jogo é eliminatório, o Brasil enfrentará uma seleção do grupo forte. Ele tem razão. Se não houver surpresas, o adversário deverá ser Cuba, candidata a terminar em quarto lugar na outra chave.
No mundo do vôlei feminino, uma notícia tem animado os adversários da China, que pelos últimos resultados pode ser apontada como a favorita ao ouro olímpico. O principal destaque do time, a central gigante Ruirui Zhao, quebrou o tornozelo e pode não estar 100% nos Jogos de Atenas.
Sem Zhao, de 1,96 m, a China perde muito da força do seu bloqueio e ataque. Vale lembrar também que as principais atacantes russas, como Artamonova, Chachkova e Godina, mais a levantadora Vassilevskaia, ainda não têm participações confirmadas nos Jogos de Atenas.
Contusões e problemas de relacionamento com o técnico Nikolai Karpol são os motivos das possíveis ausências. O certo é que o Brasil vai completo e com grandes possibilidades de pela primeira vez fazer uma final olímpica. E, pelo que tudo indica, a seleção está se preparando com o vento totalmente a favor.

Torneio na Suíça
As principais adversárias da seleção feminina na luta pelo ouro olímpico em Atenas estarão, a partir de amanhã, na Suíça, para a disputa da Volley Masters, a antiga Copa BCV. No Grupo A estão Alemanha, Rússia, China e Cuba. No B, Polônia, Itália, Japão e EUA. Dos oito participantes, só a Polônia não conseguiu se classificar para os Jogos.

Geração de prata
A geração de prata do vôlei brasileiro será homenageada no jogo no próximo dia 27, entre Brasil e Grécia, válido pela Liga Mundial, em Belo Horizonte. O motivo é a comemoração de 20 anos pela conquista do vice-campeonato olímpico nos Jogos de Los Angeles, em 1984. Uma lembrança mais do que merecida para a geração de Renan, Xandó, William, Bernard, Montanaro, Amauri e cia.

E-mail: cidasan@uol.com.br


Texto Anterior: "Banana congelada" obtém vaga na segunda Olimpíada em 2 anos
Próximo Texto: Futebol - José Geraldo Couto: Atalhos perigosos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.