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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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Tabela é a mesma da última edição, mas Colômbia e Equador cresceram

Guinada de primeiros rivais ameaça arrancada do Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Nas eliminatórias sul-americanas mais longas da história, a tabela é exatamente a mesma da edição passada do torneio, confeccionada a partir dos interesses de Brasil e Argentina, as potências do continente. O que os brasileiros não esperavam é que os seus adversários iniciais, que há três anos se insinuavam fracos, evoluíssem tanto.
De março de 2000, quando a seleção de Wanderley Luxemburgo deu o primeiro passo na campanha do qualificatório para a Copa-2002, até hoje, o time colombiano ganhou força na disputa com Paraguai e Uruguai pela liderança do segundo escalão do futebol sul-americano.
Em 2001, jogando em casa, uma renovada equipe colombiana levantou pela primeira vez em sua história a taça de campeão continental. Justamente na Copa América que testemunhou um dos maiores fracassos da história do futebol brasileiro, a eliminação para a fraquíssima Honduras nas quartas-de-final, numa melancólica derrota por 2 a 0.
Hoje, diante de aproximadamente 40 mil pessoas no estádio Metropolitano, o time verde-amarelo volta pela primeira vez a um campo colombiano desde o humilhante revés.
Quem também espera um rival fraco na segunda rodada, em Manaus, pode se surpreender. O Equador, até então galinha-morta em eliminatórias, deixou o Uruguai na repescagem em 2002 e foi pela primeira vez a um Mundial.
Se a trajetória inicial parece perigosa, o fim da jornada de dois anos e meio para a Alemanha tem tudo para ser mais tranquila que em 2001. Chile e Bolívia, que costumavam impor respeito quando jogavam em casa, caíram vertiginosamente no ranking da Fifa. Na comparação da lista de março de 2000 com a última, divulgada em agosto, os chilenos despencaram da 23ª para a 73ª posição. Os bolivianos foram mais abaixo: do 69º lugar para o 114º lugar.
O último adversário da tabela é de novo a Venezuela, tradicional saco de pancadas do continente.
Brasileiros e argentinos bem que tentaram adequar seus interesses à nova ordem do futebol mundial. Apresentaram conjuntamente um projeto de tabela.
Mas, ao contrário do que costuma ocorrer, desta vez foram voto vencido. Na reunião da Confederação Sul-Americana realizada em maio em Santa Cruz de la Sierra, a federação peruana bateu o pé e ameaçou exigir a realização de um sorteio para definir a tabela -o que poderia opor argentinos e brasileiros na última das 18 rodadas das eliminatórias.
Como há a necessidade de unanimidade neste tipo de resolução, as potências voltaram atrás. Por proposta de Júlio Grondona, da Associação de Futebol Argentino, a sequência de jogos foi mantida para esta edição do qualificatório.
Embora a tabela das eliminatórias para o Mundial-2002 tenha sido definida em sorteio dirigido pela CBF de Ricardo Teixeira e a AFA de Grondona, os dois cartolas com mais poder na Sul-Americana, as duas potências não a consideravam ideal dessa vez (o Brasil queria estrear contra o Chile). Mas, após a ameaça do Peru, tiveram que recuar.
A contrapartida pedida pelas duas federações foi a de realizar os dois duelos Brasil x Argentina no período de recesso do futebol europeu. Foram atendidos, e os jogos mais esperados do torneio serão em junho de 2004 e de 2005.



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