São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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Longe de casa, Brasil não assusta rivais

Diferença no percentual de aproveitamento como visitante e mandante é o maior entre as 10 seleções sul-americanas

Time de Dunga vive maior seca de vitórias do país fora de casa por eliminatórias -três empates e quatro derrotas em sete jogos

DO ENVIADO A SANTIAGO

Nenhuma seleção sul-americana tem desempenho tão desigual, no atual formato das eliminatórias sul-americanas, jogando em casa e como visitante quanto a do Brasil de Dunga.
Somando as três edições em que participou da competição com essa fórmula, o Brasil, no melhor estilo de países que brilham só na altitude e passam vergonha longe dela, tem aproveitamento de 84% como anfitrião e de só 32% fora de casa.
A diferença de 52 pontos percentuais é recorde entre os 10 países da região, considerando o mesmo período de disputa para todas essas seleções.
A Argentina, o maior rival brasileiro, tem uma performance muito mais equilibrada (diferença de 30 pontos percentuais). Em Buenos Aires, os argentinos ganharam 83% dos pontos que disputaram. Fora, o aproveitamento de nossos vizinhos é de 53%.
Em 21 jogos na casa do rival nas eliminatórias sob a atual fórmula, com seis treinadores diferentes, o Brasil ganhou apenas quatro, sendo que duas vezes a vítima foi a fraca Venezuela e uma o também frágil Peru.
Seu aproveitamento, por exemplo, é superado com folga pela seleção da Colômbia, que mesmo sem ter ido às últimas duas Copas do Mundo, faturou 40% dos pontos em disputa fora de suas fronteiras.
A seleção vive sua maior seca de vitórias fora de casa por eliminatórias. São três empates e quatro derrotas em sete jogos.
A fragilidade do time nacional como visitante gera opiniões diferentes entre os jogadores chamados por Dunga.
O centroavante Luis Fabiano não vê grandes problemas. "Cada jogo tem a sua história. Não acredito nestas coisas [o tabu do time como visitante]".
Para Ronaldinho, esse currículo vai servir de estímulo hoje em Santiago, quando quase 60 mil pessoas irão apoiar o Chile. "Vamos nos motivar", disse.
Os números ruins dos brasileiros fazem o Chile e seus torcedores sonharem alto.
Enquete do jornal "La Tercera" em seu site apontava até anteontem à tarde que 70% dos internautas acreditavam em vitória apertada do Chile. Outros 10% apostavam em goleada.
O argentino Marcelo Bielsa, técnico da seleção chilena, promete um time ofensivo, com até três jogadores de frente para começar o jogo. (PAULO COBOS)


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