São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

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Derrota no Rio faz Palmeiras jogar temporada no lixo

Resultado diante do Botafogo somado à vitória do Cruzeiro tira da Libertadores-10 o time que mais liderou o Brasileiro

Botafogo 2
Palmeiras 1

RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Nem o título nem a vaga na Libertadores. A temporada do Palmeiras foi para o lixo, ontem à tarde, no Engenhão. A derrota para o Botafogo somada à vitória do Cruzeiro tirou o time que liderou 17 rodadas do Brasileiro da principal competição do continente em 2010.
Justamente o clube que por mais tempo esteve no topo terminou a competição em quinto, com 62 pontos. Acabou ultrapassado pelos mineiros no número de vitórias (18 a 17).
Dos últimos 33 pontos em jogo, o Palmeiras somou só nove (27% de aproveitamento). Esta foi a sexta, de 38 jornadas, em que o clube não figurou no G4. "É difícil, só dependia da gente", disse Danilo, um dos poucos a falar no gramado. Diego Souza, Cleiton Xavier e Marcos ignoraram os microfones.
O capítulo final e mais triste da trajetória alviverde neste ano teve requintes de melancolia. Ninguém se safou. Até mesmo Pierre, o guerreiro, errou e permitiu aos cariocas iniciarem a jogada do segundo gol.
Àquela altura, porém, o empate entre Santos e Cruzeiro na Vila Belmiro mantinha os mineiros fora do G4. O Palmeiras seria obrigado a disputar a pré- -Libertadores, assim como ocorreu nesta temporada.
Veio, então, a notícia de que Kléber, o atacante que o presidente palmeirense, Luiz Gonzaga Belluzzo, quer trazer de volta ao Parque Antarctica, fizera o segundo do Cruzeiro.
As ironias da última rodada do torneio fulminaram o time.
Kléber, o xodó, enterrou a esperança verde de disputar a Libertadores. E Vanderlei Luxemburgo, o técnico que Belluzzo demitiu na metade do ano, indiretamente vingou-se com a derrota do Santos.
O gol marcado pelo centroavante Robert, já aos 47min da etapa final, foi a imagem que ficou da equipe paulista no Brasileiro. A de um conjunto que, no meio do caminho, perdeu a alma, a confiança e os nervos.
Ontem, eles mantiveram-se em níveis normais durante metade da etapa inicial. Com bom toque de bola e atuação destacada de Cleiton Xavier, a equipe envolveu o Botafogo, que jogava a permanência na elite.
Faltava, no entanto, a pontaria, fundamento que foi piorando no Palmeiras com o passar dos jogos. Ontem foram 12 chutes tentados e apenas três certos, segundo o Datafolha.
Vagner Love, sempre de costas para o gol, não conseguiu um arremate a gol sequer.
Após a virada para o segundo tempo, Muricy tentou mexer no time. Tirou Sacconi, que já estava pendurado com o amarelo, e colocou Sandro Silva.
O Palmeiras não se achou mais no jogo. E passou a exagerar na quantidade de faltas próximas à sua grande área.
O lateral-esquerdo Armero, em uma de suas piores exibições pelo clube, bateu em Alessandro até ser substituído por Wendel. Antes, entretanto, cometeu a infração que resultou no primeiro gol botafoguense.
Aos 12min, Lúcio Flávio encontrou o zagueiro Wellington na área. A cabeçada foi indefensável para Marcos.
O golpe final no combalido elenco palmeirense veio aos 21min. Pierre vacilou e perdeu a bola para Renato. O meia cruzou para Jobson, que vinha na corrida, e bateu rasteiro: 2 a 0.
Robert ainda descontou. Sem comemoração. Triste, como todo o ano palmeirense.


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