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Entidade chama Parreira e Zagallo, a dupla do tetra, de novo para a cúpula do time brasileiro
CBF anuncia hoje volta da comissão de 94 à seleção
EDGARD ALVES
FÁBIO VICTOR
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
A comissão técnica que conquistou o tetracampeonato no
Mundial dos EUA, em 1994, está
de volta à seleção brasileira.
Oito anos após o título, Carlos
Alberto Parreira, 59, e Mario Jorge Lobo Zagallo, 71, vão trabalhar
juntos de novo no time nacional.
Parreira foi chamado para o
cargo de técnico. Zagallo, para o
de coordenador, exatamente como aconteceu em 1994 -os últimos detalhes ainda estavam em
negociação ontem à noite.
Dessa forma, o treinador do São
Paulo, Oswaldo de Oliveira, antes
o principal cotado para ocupar a
vaga deixada por Luiz Felipe Scolari, fica de fora da seleção.
Enquanto reservadamente a cúpula corintiana lamentava a saída
de seu técnico, a são-paulina festejava a manutenção do seu. "Já
são 21h, e não fui contatado. O Oswaldo continua no São Paulo",
afirmou Marcelo Portugal Gouvêa, presidente do clube.
O convite a Parreira e a Zagallo
foi formulado -e aceito- ontem à tarde, numa reunião do colegiado idealizado pelo presidente
da CBF, Ricardo Teixeira, para
decidir o futuro da seleção. O encontro foi realizado no Itanhangá
Golf Club (zona oeste do Rio).
A direção corintiana foi informada do convite a Parreira no final da tarde. O anúncio oficial dos
novos integrantes da comissão
técnica será feito hoje por Teixeira, ao meio-dia, na sede da CBF.
Participaram da reunião de ontem, que se estendeu até o fim da
tarde, Teixeira, o secretário-geral
Marco Antonio Teixeira, e o supervisor Américo Faria -outro
da comissão de 1994-, além de
Parreira e Zagallo.
O presidente da entidade nunca
escondeu que gostaria de ver no
comando o técnico do Corinthians. Como Parreira insistia em
dizer que não aceitaria o cargo de
técnico de jeito nenhum, resolveu
recriar o cargo de coordenador de
seleções, no qual o corintiano seria superior hierarquicamente ao
técnico. Mas ontem Teixeira conseguiu convencer Parreira a treinar novamente a seleção.
Fantasma fora
Teixeira utilizou o argumento
de que o "fantasma Romário" que
assombrou os treinadores nos últimos tempos não existia mais,
que a pressão popular que o próprio Parreira sofrera nas eliminatórias para a Copa de 1994 também não se repetirá e que a safra
de jogadores é bem melhor do
que a que conquistou o tetra.
Na conversa com Parreira, Teixeira pediu ao técnico para deixar
o Corinthians imediatamente -a
proposta foi aceita.
Os argumentos do cartola: se o
time paulista fosse mal na Libertadores, a crise poderia respingar
na CBF e, se corintianos fossem
convocados, haveria a acusação
de benefício ao clube paulista.
Com o convite de voltar à CBF
aceito por Parreira, Zagallo, que
seria assessor da presidência, foi
chamado para auxiliar o colega.
A cúpula corintiana foi informada ontem mesmo que havia
perdido seu técnico para a disputa
do torneio sul-americano.
Além da extrema preferência de
Teixeira por Parreira, pesou contra Oliveira o fato de ele não gozar
da simpatia do dirigente. O relacionamento do técnico do São
Paulo com jornalistas com quem
Teixeira tem inimizade seria um
dos motivos para que o presidente da CBF não tenha feito muita
força pelo seu nome.
Reservadamente, o presidente
da CBF diz que Oliveira, como
técnico, está em um escalão inferior em relação a Parreira, Scolari
e Wanderley Luxemburgo.
Ontem, a assessoria de imprensa da entidade não quis revelar o
teor do encontro, o primeiro do
colegiado idealizado pela CBF.
Contatado após a reunião no
Rio, Parreira não quis falar sobre
o assunto. Disse apenas que "tudo
será esclarecido amanhã [hoje]".
O novo treinador terá a missão
de classificar a seleção para a Copa de 2006, na Alemanha -apesar de ser o atual campeão, o Brasil não tem vaga assegurada no
torneio. As eliminatórias começam no segundo semestre.
O local do encontro do colegiado ontem já virou palco tradicional para decisões importantes.
Foi lá que Wanderley Luxemburgo soube, em 30 de setembro
de 2000, que não era mais o técnico da seleção. Foi no mesmo clube, do qual dirigente é sócio, que o
presidente da CBF conversou
com Romário às vésperas da última Copa do Mundo.
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