Dicas do heptacampeão mundial de F-1 serão vitais no desenvolvimento do carro neste ano, diz presidente da escuderia

Alemão treinou com o novo modelo no final de 2007 e tem experiência em dirigir sem o controle de tração, principal novidade de 2008

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MARANELLO

Nem a conquista dos Mundiais de Pilotos e de Construtores nem as nove vitórias na última temporada da F-1 foram suficientes para que a Ferrari se livrasse de sua dependência de Michael Schumacher.
Aposentado das pistas desde o final de 2006, o heptacampeão mundial serviu como uma espécie de consultor de luxo durante o ano passado, sem ter uma função específica.
Agora, além de aparecer no livreto distribuído pela Ferrari no lançamento do F2008 como um dos colaboradores na criação do modelo que será usado neste ano, Schumacher terá papel vital no desenvolvimento do carro na temporada. Segundo os dirigentes, novidades serão implantadas a cada corrida para que o carro evolua até a última prova do ano, no Brasil.
"Com as mudanças no regulamento que serão implementadas neste ano, os pilotos passarão a ter um papel mais importante", falou Luca di Montezemolo, presidente da equipe, em encontro com jornalistas ontem, na sede da Ferrari.
"Nós temos dois pilotos [Kimi Raikkonen e Felipe Massa] mais um. Temos o Michael, que treinou com este carro no inverno e que poderá dar todo seu apoio neste ano, sobretudo em virtude de sua experiência com carros sem controle de tração", completou Montezemolo, em referência às quatro sessões de testes do heptacampeão em Jerez e Barcelona no fim de 2007.
O fim do controle de tração é uma das principais preocupações de pilotos e equipes para o Mundial que começa em 16 de março, no GP da Austrália, em Melbourne. O grande temor é que o fim da ajuda eletrônica cause acidentes graves, especialmente com a pista molhada.
"Já trocamos alguns e-mails com a FIA e estamos atentos a esta situação", falou Felipe Massa. "A associação de pilotos está sempre tentando aumentar nossa segurança, e tenho certeza de que, se percebermos que a falta do controle de tração será perigosa, a FIA vai nos ouvir", completou o ferrarista.
Para Kimi Raikkonen, a ausência da ajuda eletrônica fará com que haja mais ultrapassagens. "Pista molhada é perigosa com ou sem controle de tração", disse o campeão mundial.
"A diferença é que agora o piloto será mais exigido. Antes você podia errar e sabia que o controle ia ajudar, mas acho que vai ser bem mais divertido. As pessoas vão cometer mais erros, e as ultrapassagens serão mais fáceis", completou.


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