São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2004

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FUTEBOL

Parabéns a você, a você e a você

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

São cem anos para a Fifa, mas são também 50 para a Uefa e 50 para a Confederação Asiática.
O que não vai faltar neste ano no futebol mundial é festa. Por seu alcance planetário e por fazer seu centenário, obviamente a entidade que controla o futebol mundial estará à frente de tudo, mas isso não quer dizer que os seus festejos serão os mais legais.
Oficialmente, a festa da Fifa começou com a eleição de Zidane como o melhor jogador do mundo de 2003. Como já foi dito algumas vezes, por mais que o francês seja o mais fiel representante do futebol-arte na atualidade houve quem merecesse mais que ele o prêmio pela temporada passada.
A grande eleição que cerca o centenário da Fifa, porém, é a escolha dos ""Top 100" da entidade. Na verdade, são os ""Top 100" de Pelé, que recebeu a incumbência de eleger os melhores e a condição de hors-concours mais como um pedido de desculpas da Fifa por aquela situação constrangedora que ele viveu em 2000 ao ver Maradona também receber um troféu como número 1 (no caso, por uma votação feita pela internet).
Um suposto mistério foi feito pela Fifa nos últimos dias como se ninguém soubesse a maioria dos indicados para os ""Top 100" (no Chile, Figueroa já falava desde o início do ano de sua indicação).
A Uefa sim está fazendo uma eleição de melhores bacana. A votação é pela internet, como aquela de Maradona, mas o negócio foi bem feito, pelo menos até agora. A cada semana aparecem no site da Uefa (www.uefa.com) cinco nomes da lista dos 50 maiores jogadores europeus de todos os tempos. Em abril, será conhecido o vencedor (Cruyff e Beckenbauer são os favoritos). Na página, você vê a biografia dos craques e o número de votos que tiveram. O 36º mais votado, o último divulgado até esta coluna, recebeu 53.873 votos (o espanhol José Camacho).
No dia 7 agosto, antes dos Jogos de Atenas, Fifa e Uefa serão homenageadas por seus redondos aniversários na Suíça. Antes disso, em meio à disputa da Copa da Ásia, a Confederação Asiática será festejada. O presente ao ""continente amarelo" foi anunciado nos últimos dias: o reconhecimento da China como país precursor da atividade chamada futebol.
A oportunidade de agradar o país mais populoso do mundo no ano em que ele hospeda a Copa da Ásia deve perturbar os japoneses. Isso porque até estudiosos chineses já deram o Japão como o ponto de partida do futebol. O kemari, que era praticado pela nobreza, dataria de 4500 a.C. (cerca de 2.000 anos antes do celebrado ""jurássico" futebol da China).
O mês de maio reúne o grosso das festas da Fifa. O duelo entre Brasil e França, segundo apontam clubes europeus, será esvaziado. Especialmente os ingleses não querem liberar suas estrelas para o evento. Será colocada a pedra fundamental na nova sede da Fifa, que nasce de uma negociação no mínimo suspeita -a Fifa comprou seu novo terreno do Credit Suisse First Boston, banco que salvou financeiramente a gestão do presidente Joseph Blatter.
Resta esperar o livro ""Fifa 1904-2004, o Século do Futebol", que por certo só trará boas histórias.

100 anos de Exeter City
O pequeno time inglês que entrou para a história do futebol brasileiro por ter sido o primeiro adversário da seleção está celebrando o seu centenário. A festa, por enquanto, fica em arrecadar fundos com os seus torcedores. Havia um pedido à CBF e uma esperança de fazer um jogo contra o Brasil neste ano, afinal a seleção brasileira completa 90 anos de vida também. Porém a aposentadoria precoce da seleção sub-23 após o Pré-Olímpico praticamente sepultou o desejo do Exeter, que no 21 de julho de 1914 perdeu por apenas 2 a 0 de um selecionado de paulistas e cariocas no estádio carioca das Laranjeiras.

100 anos de Copa
A Fifa ainda não confirmou o lançamento do filme da pioneira Copa-1930, mas o Uruguai já lançou a candidatura a sede da Copa-2030.

E-mail: rbueno@folhasp.com.br

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