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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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OS VETERANOS

Indispensáveis para seus times em outros tempos, campeões mundiais viram coadjuvantes

Vampeta e Zinho desafiam decadência

Flávio Florido/Folha Imagem
Heróis da classificação palmeirense, Thiago Gentil e Marcos fazem festa para Zinho, mais velho em campo desta semifinal


DA REPORTAGEM LOCAL

Eles já foram protagonistas do clássico e de seus times, mas hoje o mais velho palmeirense e o mais velho corintiano estão mais para coadjuvantes.
O meia Zinho, 35, e o volante Vampeta, 28, serão os atletas mais experientes do jogo que definirá o primeiro finalista do Campeonato Paulista-2003.
No entanto não é deles que deve se esperar a condução de seus times no Morumbi. Tanto Zinho como Vampeta já não apresentam mais o mesmo desempenho de anos anteriores em seus clubes.
Nos dias atuais, Zinho e Vampeta, "motores" de Palmeiras e Corinthians em outros tempos, participam muito menos das partidas. O palmeirense, por exemplo, não marcou um gol sequer no Estadual, não fez assistências e chegou a ficar no banco de reservas.
Já o corintiano não acertou um mísero cruzamento ou chute a gol no campeonato.
Parece até que seus companheiros perceberam a decadência de ambos. Os dois atletas são muito menos procurados em campo nos dias de hoje do que nos bons tempos.
Campeão paulista em 1993, ano em que o Palmeiras saiu de um jejum de 16 anos, diante do Corinthians, Zinho dava, em média, 46 passes por jogo. Neste ano, o número despencou para 22, segundo o Datafolha.
Naquele ano, o meia, que marcou um dos gols na final do Estadual, também finalizava mais- eram dois chutes a gol por partida, com média de 50% de aproveitamento, contra 1,4 de agora e acerto de 43%.
Em 1999, ano em que o clube do Parque Antarctica, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, conquistou a Taça Libertadores, o meia recebia 38 bolas por jogo no Paulista. No Palmeiras de Jair Picerni, esse número caiu bastante, para 23,3.
"Estou preparado para as críticas. Quando jogar bem, vão dizer que sou o maestro do time. Quando for mal, vão dizer que estou velho e que tenho que parar", afirmou Zinho, que foi tetracampeão mundial com a seleção brasileira em 1994.
O jogador disse também que a aposentadoria ainda não está nos seus planos. "Não estou no fim, ainda tenho muita lenha para queimar", declarou.
Da mesma forma que Zinho, o pentacampeão mundial Vampeta, que se consagrou por suas arrancadas no Corinthians, também é bem menos acionado atualmente.
No Paulista-99, que teve o time do Parque São Jorge como campeão, o volante era acionado, em média, 41 vezes por partida. No Estadual do ano seguinte, sua participação aumentou. Ele recebia 42 bolas por confronto. Na edição atual, os companheiros lhe passam, em média, 33,8 bolas.
Vampeta também já não dribla como antes. No Paulista-99, ele aplicava cinco dribles por partida. Atualmente, sua média é de só um por jogo.
A contribuição defensiva do volante também diminuiu em relação ao seu desempenho na conquista do Estadual de 1999. Naquele ano, ele teve uma média de 13,4 desarmes por jogo. Hoje, Vampeta desarma os rivais nove vezes por partida.
Mas a queda de rendimento não foi suficiente para tirar a pose do volante. Sem se preocupar em fazer média com os palmeirenses, ele declarou seu time favorito para ficar com uma vaga na decisão.
"Pode não parecer, mas jogar pelo empate é uma boa vantagem, por isso o Corinthians é favorito", afirmou.
Acostumado a enfrentar o Palmeiras, ele não escondeu que a classificação diante do rival teria um sabor especial.
"Para mim, o maior prazer do mundo é ganhar do Palmeiras, do São Paulo e do Santos. O primeiro objetivo é eliminar o Palmeiras. Depois, ganhar o título contra o São Paulo."
Apesar de não ser tão eficiente como antes, Vampeta continua sendo tratado como líder da equipe pelos companheiros. Em janeiro, eles chegaram a pedir para a diretoria manter o atleta, que ainda tinha vínculo com o Flamengo.(EAR E RP)


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