São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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De pênalti, Lula marca 2 em Cabral

DA SUCURSAL DO RIO

"Serginho, a primeira é para treinar", gritou Lula, preparando-se para a cobrança de um pênalti no Maracanã.
O goleiro "Serginho" era o governador do Rio, Sérgio Cabral. O presidente bateu de pé descalço e, sem sucesso, acertou a trave esquerda.
Na segunda cobrança, mudou de canto, marcou. E avisou: "Agora é tua, Sérgio". Mirou de novo o lado direito, chutou alto, converteu e feriu na testa um fotógrafo que, atrás do gol, foi atingido pela máquina com a bolada.
A impressão foi boa: aos 61 anos, Lula bate bem na bola. Cabral, 44, não demonstrou empenho. Ele e Lula terminaram no gramado a cerimônia de assinatura da MP de verbas para o Pan. Nos discursos, Cabral provocou: "O presidente não sabe, mas fui bom goleiro. Ele está tenso".
Quando o vascaíno (como Lula no Rio), Cabral lembrou célebre gol de Roberto Dinamite contra o Botafogo no Maracanã, Lula brincou com um dirigente botafoguense presente: "Está chorando".
Lula lembrou goleiros falecidos: "Se vocês me deixarem marcar, será uma homenagem ao Barbosa [da seleção], vítima de todos nós porque o Brasil não foi campeão do mundo em 50. Se você [Cabral] defender, será em homenagem a um dos maiores goleiros do país, Castilho [ídolo do Fluminense]".
Não esqueceu os atacantes: "Se eu marcar, será uma homenagem a um jogador que a maioria não conhece, chamado Cláudio Cristóvão de Pinho [maior artilheiro da história corintiana], que foi ponta-direita do Corinthians e exímio batedor de pênalti. Se perder, será homenagem aos vascaínos que perderam pênaltis no domingo retrasado [contra o Flamengo]".
Lula fez tabelas, deu cabeçada e secou o rosto suado antes de tirar sapato e meia, dobrar a calça e chutar.
Lula mostrou intimidade política com Cabral. Disse que podem formar "a mais perfeita parceria entre o governo federal e o estadual que já existiu na história do Rio". E descartou um terceiro mandato: "Estou numa situação tão confortável, porque o fato de eu não ter que ser candidato mais a nada a partir do fim do mandato tirou uma carga das minhas costas de 600 kg. Estou muito mais leve, até para bater o pênalti".0 (MM E SR)


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