|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
De pênalti, Lula marca 2 em Cabral
DA SUCURSAL DO RIO
"Serginho, a primeira é para treinar", gritou Lula, preparando-se para a cobrança
de um pênalti no Maracanã.
O goleiro "Serginho" era o
governador do Rio, Sérgio
Cabral. O presidente bateu
de pé descalço e, sem sucesso, acertou a trave esquerda.
Na segunda cobrança, mudou de canto, marcou. E avisou: "Agora é tua, Sérgio".
Mirou de novo o lado direito,
chutou alto, converteu e feriu na testa um fotógrafo
que, atrás do gol, foi atingido
pela máquina com a bolada.
A impressão foi boa: aos 61
anos, Lula bate bem na bola.
Cabral, 44, não demonstrou
empenho. Ele e Lula terminaram no gramado a cerimônia de assinatura da MP de
verbas para o Pan. Nos discursos, Cabral provocou: "O
presidente não sabe, mas fui
bom goleiro. Ele está tenso".
Quando o vascaíno (como
Lula no Rio), Cabral lembrou
célebre gol de Roberto Dinamite contra o Botafogo no
Maracanã, Lula brincou com
um dirigente botafoguense
presente: "Está chorando".
Lula lembrou goleiros falecidos: "Se vocês me deixarem marcar, será uma homenagem ao Barbosa [da seleção], vítima de todos nós
porque o Brasil não foi campeão do mundo em 50. Se você [Cabral] defender, será em
homenagem a um dos maiores goleiros do país, Castilho
[ídolo do Fluminense]".
Não esqueceu os atacantes: "Se eu marcar, será uma
homenagem a um jogador
que a maioria não conhece,
chamado Cláudio Cristóvão
de Pinho [maior artilheiro da
história corintiana], que foi
ponta-direita do Corinthians
e exímio batedor de pênalti.
Se perder, será homenagem
aos vascaínos que perderam
pênaltis no domingo retrasado [contra o Flamengo]".
Lula fez tabelas, deu cabeçada e secou o rosto suado
antes de tirar sapato e meia,
dobrar a calça e chutar.
Lula mostrou intimidade
política com Cabral. Disse
que podem formar "a mais
perfeita parceria entre o governo federal e o estadual
que já existiu na história do
Rio". E descartou um terceiro mandato: "Estou numa situação tão confortável, porque o fato de eu não ter que
ser candidato mais a nada a
partir do fim do mandato tirou uma carga das minhas
costas de 600 kg. Estou muito mais leve, até para bater o
pênalti".0
(MM E SR)
Texto Anterior: Enfático, Lula defende o gasto federal com Pan-07 Próximo Texto: TCU quer relato a cada 15 dias sobre os Jogos Índice
|