São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002 |
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GRUPO F/ ONTEM Após críticas na estréia, sueco Sven Goran Eriksson se redime ao bater Argentina Sede da torcida foi saciada, afirma técnico da Inglaterra
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO ENVIADO ESPECIAL A SAPPORO Nem só o de Beckham, nem só o de Owen. Assim que a partida acabou e a Inglaterra saiu como vencedora do confronto mais esperado da primeira fase do Mundial, também foi o nome de um sueco que os ingleses gritaram: o do técnico Sven Goran Eriksson. Criticado pela fraca atuação no segundo tempo da estréia, justamente contra a Suécia, o treinador deu ontem a volta por cima. ""Eu quero ir o mais longe possível, mas, independentemente do que acontecer, a sede da nossa torcida já foi saciada. O que todo inglês queria era vencer a Argentina. E isso nós fizemos", declarou depois do jogo, no estúdio da NHK, emissora de TV japonesa. Apesar de sueco, Eriksson disse que a eliminação na Copa de 1998, quando a Inglaterra foi derrotada nos pênaltis pelos argentinos nas oitavas-de-final, também estava de certa forma entalada em sua garganta. ""Eu já me acostumei com o trânsito e a chuva de Londres, então posso dizer que me sinto um pouco inglês." E não só com o trânsito e a chuva. Com os tablóides, pelo jeito, também. Semanas antes do Mundial, chegou a ameaçar deixar o cargo quando foi revelado que mantinha um caso com duas mulheres, uma italiana e outra sueca. Acabou ficando e, pelo jeito, não se arrependeu. ""Mesmo se formos eliminados, o jogo com a Argentina faz parte da história, e isso ninguém nos tira." Mas, com o 1 a 0 contra os argentinos, o fato é que a Inglaterra ficou perto da vaga para as oitavas-de-final. Na última rodada, um empate com a Nigéria será suficiente para a classificação. Os argentinos, por sua vez, precisam vencer a Suécia, que está com quatro pontos, ao lado dos ingleses, para avançar no torneio. Sobre o jogo de ontem, o discurso dos dois técnicos foi parecido. A Inglaterra mereceu vencer, embora a Argentina tenha subido de produção a partir dos 15 minutos da etapa final e perdido pelo menos duas chances de empatar. No primeiro tempo, no entanto, os ingleses, comandados por Michael Owen, que teve ótima atuação, foram mais perigosos. O único gol do jogo aconteceu justamente nessa etapa, quando o próprio Owen caiu na área, em lance com Pochettino. O árbitro italiano Pierluigi Collina deu pênalti. Beckham cobrou rasteiro, no meio do gol, e fez 1 a 0. Se dentro de campo os ingleses levaram a melhor, fora também tiveram toda vantagem. O Sapporo Dome foi dominado por eles, que ainda contaram com o reforço da torcida japonesa. Os argentinos, que ficaram atrás do gol onde Beckham cobrou o pênalti, além de serem minoria, tiveram de aguentar gozações. Na saída, os ingleses fizeram troça com os sul-americanos sobre as faixas levadas ao Sapporo em alusão ao gol que Maradona fez com a mão em 1986 e tirou a Inglaterra da Copa do México. Eufóricos, os britânicos perguntavam: ""Onde estava Deus [na partida de ontem"?". E, para irritar ainda mais um pouco os argentinos, uma faixa contra o Fundo Monetário Internacional, que um torcedor chegou a abrir no estádio duas horas antes do início do jogo, foi retirada e rasgada pela polícia. A explicação dos organizadores é que não são permitidas faixas com manifestação política na Copa. Outra faixa, entretanto, passou pela fiscalização. Ela dizia: ""A Argentina sofre, mas continua sonhando." No futebol, pelo menos, se ganhar da Suécia na próxima quarta, continuará no páreo. Texto Anterior: Grupo C/ Amanhã: Costa Rica joga por "esquecidos" Próximo Texto: Verón sai da equipe e reclama de ingleses Índice |
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