|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Um time sem cara
O MÉRITO de Vanderlei Luxemburgo, ontem, foi matar a sobra
da defesa do Vitória, ao trocar
o volante Mozart pelo atacante Ortigoza. Carpegiani demorou a reagir e, quando escalou Marco Aurélio para repor a sobra, o Palmeiras já havia empatado em 1 a 1. Passe
preciso de Cleiton Xavier, para Ortigoza marcar. Mas a virada não esconde que o time
de Luxemburgo fez, de novo,
uma partida abaixo da crítica.
Um festival de passes errados, as justas vaias para Keirrison, os erros seguidos de
Diego Souza, o time exposto
ao contra-ataque. Nesse tipo
de jogada, Roger poderia ter
feito 2 a 1 e 3 a 1. Não fez pelos
motivos que a torcida palmeirense conheceu de perto.
O Palmeiras é ainda um time sem cara. Luxemburgo
diz, com razão, que Muricy
Ramalho foi campeão com
três zagueiros e que muda a
cara de sua equipe no decorrer de uma mesma partida.
A diferença é jogar quatro
pedaços da temporada de
quatro maneiras diferentes. A
equipe encantava no início do
Paulistão com Diego Souza
postado como terceiro atacante, mudou para o 3-4-2-1,
com Cleiton Xavier fazendo
dupla de armação com Diego,
variou para o 4-2-3-1 que surpreendeu o Sport no jogo de
ida das oitavas de final da Libertadores. Oscilou bons e
maus momentos, sem definir
qual é seu jeito de jogar.
Grandes times montados
por Luxemburgo também
mudaram no decorrer de uma
temporada. O Cruzeiro foi
campeão mineiro com um volante fazendo papel de terceiro zagueiro. Depois, ganhou a
Copa do Brasil e o Brasileirão
com esse volante se infiltrando na defesa, mas num 4-4-2
bem montado. Há tempo de
ver um time definido até o final do Brasileiro e da Libertadores. Ainda não se viu.
"Tive de mudar o jeito de jogar após perder o Edmilson.
Fomos mudando, à procura
da melhor maneira", disse Luxemburgo durante a semana.
Mas, no ano passado, isso já
ocorria. Justamente contra o
Vitória, no primeiro turno do
Brasileiro-08, Luxemburgo
achou o time depois da saída
de Valdivia, com Diego Souza
mais solto. Fez 3 a 0. Depois,
variou para os três zagueiros,
para melhorar fora de casa. O
time não se achou mais.
Para ver o Palmeiras vencer
o Brasileiro e a Libertadores, é
preciso definir o jeito de jogar.
A QUEDA
O Paraguai já não é o time
forte do primeiro turno das
eliminatórias. Um pouco pelos desfalques, que causaram
0 a 2 para o Chile, um pouco
porque o time perdeu o jeito
de jogar. Gols após escanteios, batidos no segundo pau,
sumiram. Recife pode repetir na quarta a festa de 1989,
que iniciou a campanha do
título da Copa América.
SUPERSTIÇÃO
A primeira mudança em
Souza, do Corinthians, foi o
número da camisa -trocou a
50 pela 43. A segunda, o futebol melhorou. Souza passou
a fazer gols e a jogar para o time. A atuação ante o Vasco,
no Rio, foi avaliada por Mano Menezes como a melhor
pelo Corinthians. Contra o
Coritiba, atuou bem no jogo,
mesmo cometendo erros.
Texto Anterior: Foco em final leva Corinthians a Itu Próximo Texto: Estrelas do atletismo vivem dia distinto Índice
|