São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Um time sem cara

O MÉRITO de Vanderlei Luxemburgo, ontem, foi matar a sobra da defesa do Vitória, ao trocar o volante Mozart pelo atacante Ortigoza. Carpegiani demorou a reagir e, quando escalou Marco Aurélio para repor a sobra, o Palmeiras já havia empatado em 1 a 1. Passe preciso de Cleiton Xavier, para Ortigoza marcar. Mas a virada não esconde que o time de Luxemburgo fez, de novo, uma partida abaixo da crítica.
Um festival de passes errados, as justas vaias para Keirrison, os erros seguidos de Diego Souza, o time exposto ao contra-ataque. Nesse tipo de jogada, Roger poderia ter feito 2 a 1 e 3 a 1. Não fez pelos motivos que a torcida palmeirense conheceu de perto.
O Palmeiras é ainda um time sem cara. Luxemburgo diz, com razão, que Muricy Ramalho foi campeão com três zagueiros e que muda a cara de sua equipe no decorrer de uma mesma partida.
A diferença é jogar quatro pedaços da temporada de quatro maneiras diferentes. A equipe encantava no início do Paulistão com Diego Souza postado como terceiro atacante, mudou para o 3-4-2-1, com Cleiton Xavier fazendo dupla de armação com Diego, variou para o 4-2-3-1 que surpreendeu o Sport no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Oscilou bons e maus momentos, sem definir qual é seu jeito de jogar.
Grandes times montados por Luxemburgo também mudaram no decorrer de uma temporada. O Cruzeiro foi campeão mineiro com um volante fazendo papel de terceiro zagueiro. Depois, ganhou a Copa do Brasil e o Brasileirão com esse volante se infiltrando na defesa, mas num 4-4-2 bem montado. Há tempo de ver um time definido até o final do Brasileiro e da Libertadores. Ainda não se viu.
"Tive de mudar o jeito de jogar após perder o Edmilson. Fomos mudando, à procura da melhor maneira", disse Luxemburgo durante a semana.
Mas, no ano passado, isso já ocorria. Justamente contra o Vitória, no primeiro turno do Brasileiro-08, Luxemburgo achou o time depois da saída de Valdivia, com Diego Souza mais solto. Fez 3 a 0. Depois, variou para os três zagueiros, para melhorar fora de casa. O time não se achou mais.
Para ver o Palmeiras vencer o Brasileiro e a Libertadores, é preciso definir o jeito de jogar.

A QUEDA
O Paraguai já não é o time forte do primeiro turno das eliminatórias. Um pouco pelos desfalques, que causaram 0 a 2 para o Chile, um pouco porque o time perdeu o jeito de jogar. Gols após escanteios, batidos no segundo pau, sumiram. Recife pode repetir na quarta a festa de 1989, que iniciou a campanha do título da Copa América.

SUPERSTIÇÃO
A primeira mudança em Souza, do Corinthians, foi o número da camisa -trocou a 50 pela 43. A segunda, o futebol melhorou. Souza passou a fazer gols e a jogar para o time. A atuação ante o Vasco, no Rio, foi avaliada por Mano Menezes como a melhor pelo Corinthians. Contra o Coritiba, atuou bem no jogo, mesmo cometendo erros.

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