São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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AÇÃO

Como nos velhos tempos

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Os resultados das últimas etapas do Super Surf, o circuito brasileiro de surfe profissional, de certa forma resgataram uma velha rivalidade que existia nos primórdios das competições no esporte do país, São Paulo versus Rio de Janeiro.
Mais especificamente, Ubatuba versus Saquarema, cidades que no passado monopolizavam as principais competições nacionais e, não à toa, locais em que alguns dos melhores atletas treinavam e estabeleciam residência.
A diferença é que a rivalidade agressiva e ignorante do passado cedeu lugar a uma competitividade saudável e amistosa dentro da água, pelo menos entre competidores, resultado da longa convivência em eventos dentro e fora do Brasil.
Na terceira etapa, encerrada no domingo na praia do Cupe, em Porto de Galinhas (Pernambuco), os surfistas de Ubatuba voltaram a fazer a festa.
Renato Galvão, vice-campeão na etapa anterior, realizada em Maresias -que foi vencida pelo conterrâneo Odirley Coutinho-, desta vez não deu chance ao atual bicampeão brasileiro, o fluminense de Saquarema Léo Neves.
A vitória levou Galvão, 22, ao topo do ranking com certa folga sobre Neves e Coutinho, que vêm na seqüência.
A disputa fica ainda mais emocionante porque as próximas etapas serão disputadas justamente em Itamambuca, entre os próximos dias 21 e 25, e Saquarema, de 13 a 17 de outubro.
O desempenho de Galvão e Coutinho no atual circuito recoloca no foco Ubatuba, cidade que andava meio mal na foto desde que Ricardo Toledo, bicampeão brasileiro em 1991 e 1995, caiu de rendimento.
As ondas do Cupe só apareceram no domingo decisivo, e a bateria mais emocionante da prova foi a semifinal entre Galvão e Jean da Silva, 18, que terminou empatada e foi decidida pela maior nota. Ambos surfaram bons tubos na sessão, e Galvão encontrou o mais profundo, o que decidiu a bateria.
Para chegar à terceira colocação na etapa, Jean venceu Fabio Gouveia, o então líder do ranking Odirley Coutinho e Peterson Rosa, numa grande participação do jovem catarinense.
As disputas no feminino registraram histórias parecidas.
A ubatubana Suelen Naraisa conquistou o título, seu segundo em três finais consecutivas, e abriu larga vantagem no ranking sobre a cearense Silvana Lima e a saquaremense Taís de Almeida, derrotadas por ela na final e na semifinal, respectivamente, no Cupe.
A favorita Tita Tavares acabou parando na semifinal.
A vitória de Renato Galvão em Pernambuco, onde competia pela primeira vez, além de evidenciar sua boa fase -ele chegou ao seu segundo título em menos de dois anos no circuito-, confirma o que já se tornou uma característica do Super Surf e, portanto, do atual momento do surfe nacional: a pluralidade.
Em seu quinto ano, o Super Surf promoveu, até agora, 26 provas e fez nada menos do que 20 diferentes campeões.

Skate - Washington e Sobral
Nos EUA, Sandro Dias completou pela quarta vez o 900 de backside (dois giros e meio no ar de costas) e venceu o Best Trick no vertical. E no Ceará, na segunda etapa do Brasileiro de street, deu Ferrugem.

WCT - África do Sul
Na terça-feira, começa o Billabong Pro JBay, quinta etapa do Mundial de surfe, com cobertura ao vivo e narração em português no www.billabongpro.com.

Mountain bike
Nos dias 26 e 27, a Power Biker Reebok reuniu em Passa Quatro (MG) alguns dos melhores atletas do país e valeu pontos para o ranking da UCI. Destaque para a presença de Adejair Cordeiro, cego.

E-mail sarli@trip.com.br


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