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AÇÃO
Como nos velhos tempos
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Os resultados das últimas
etapas do Super Surf, o circuito brasileiro de surfe profissional, de certa forma resgataram
uma velha rivalidade que existia
nos primórdios das competições
no esporte do país, São Paulo versus Rio de Janeiro.
Mais especificamente, Ubatuba
versus Saquarema, cidades que
no passado monopolizavam as
principais competições nacionais
e, não à toa, locais em que alguns
dos melhores atletas treinavam e
estabeleciam residência.
A diferença é que a rivalidade
agressiva e ignorante do passado
cedeu lugar a uma competitividade saudável e amistosa dentro da
água, pelo menos entre competidores, resultado da longa convivência em eventos dentro e fora
do Brasil.
Na terceira etapa, encerrada no
domingo na praia do Cupe, em
Porto de Galinhas (Pernambuco),
os surfistas de Ubatuba voltaram
a fazer a festa.
Renato Galvão, vice-campeão
na etapa anterior, realizada em
Maresias -que foi vencida pelo
conterrâneo Odirley Coutinho-,
desta vez não deu chance ao atual
bicampeão brasileiro, o fluminense de Saquarema Léo Neves.
A vitória levou Galvão, 22, ao
topo do ranking com certa folga
sobre Neves e Coutinho, que vêm
na seqüência.
A disputa fica ainda mais emocionante porque as próximas etapas serão disputadas justamente
em Itamambuca, entre os próximos dias 21 e 25, e Saquarema, de
13 a 17 de outubro.
O desempenho de Galvão e
Coutinho no atual circuito recoloca no foco Ubatuba, cidade que
andava meio mal na foto desde
que Ricardo Toledo, bicampeão
brasileiro em 1991 e 1995, caiu de
rendimento.
As ondas do Cupe só apareceram no domingo decisivo, e a bateria mais emocionante da prova
foi a semifinal entre Galvão e
Jean da Silva, 18, que terminou
empatada e foi decidida pela
maior nota. Ambos surfaram
bons tubos na sessão, e Galvão encontrou o mais profundo, o que
decidiu a bateria.
Para chegar à terceira colocação na etapa, Jean venceu Fabio
Gouveia, o então líder do ranking
Odirley Coutinho e Peterson Rosa, numa grande participação do
jovem catarinense.
As disputas no feminino registraram histórias parecidas.
A ubatubana Suelen Naraisa
conquistou o título, seu segundo
em três finais consecutivas, e
abriu larga vantagem no ranking
sobre a cearense Silvana Lima e a
saquaremense Taís de Almeida,
derrotadas por ela na final e na
semifinal, respectivamente, no
Cupe.
A favorita Tita Tavares acabou
parando na semifinal.
A vitória de Renato Galvão em
Pernambuco, onde competia pela
primeira vez, além de evidenciar
sua boa fase -ele chegou ao seu
segundo título em menos de dois
anos no circuito-, confirma o
que já se tornou uma característica do Super Surf e, portanto, do
atual momento do surfe nacional:
a pluralidade.
Em seu quinto ano, o Super Surf
promoveu, até agora, 26 provas e
fez nada menos do que 20 diferentes campeões.
Skate - Washington e Sobral
Nos EUA, Sandro Dias completou pela quarta vez o 900 de backside
(dois giros e meio no ar de costas) e venceu o Best Trick no vertical. E
no Ceará, na segunda etapa do Brasileiro de street, deu Ferrugem.
WCT - África do Sul
Na terça-feira, começa o Billabong Pro JBay, quinta etapa do Mundial de surfe, com cobertura ao vivo e narração em português no
www.billabongpro.com.
Mountain bike
Nos dias 26 e 27, a Power Biker Reebok reuniu em Passa Quatro
(MG) alguns dos melhores atletas do país e valeu pontos para o ranking da UCI. Destaque para a presença de Adejair Cordeiro, cego.
E-mail sarli@trip.com.br
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