Quando o conjunto vai mal, é raro que uma estrela se apresente bem

ANTES DO jogo Brasil x França, fiz uma seleção dos melhores jogadores brasileiros de todos os tempos que vi atuar para o jornalista Ancelmo Góis. Como era previsto, a escalação foi publicada um dia após a eliminação do Brasil da Copa. Dos jogadores atuais, escalei Ronaldinho e coloquei Ronaldo como um reserva de luxo de Romário.
Certamente, muitos leitores indignados com a derrota do Brasil devem ter me criticado. Pior ainda foi saber que Ronaldinho passou a noite numa boate com Adriano, um dia após a derrota. Lamentável e surpreendente.
Não me arrependo de colocar Ronaldinho entre os melhores de todos os tempos. Fiquei também decepcionado, mas não posso mudar todos os meus conceitos por causa de uma competição curta, mesmo sendo uma Copa do Mundo. Muitos grandes jogadores não brilharam em um Mundial, como Zico, Reinaldo (Atlético-MG) e outros.
O futebol é um esporte coletivo. Quando o conjunto vai mal, raramente uma estrela vai bem. Como regra -há exceções-, não são os craques que fazem a equipe atuar bem. A equipe organizada é que propicia aos craques brilharem.
A atuação de Ronaldinho foi tão abaixo do que se esperava que não posso mais colocá-lo, neste momento, entre os maiores da história, só abaixo de Pelé. Só depois que ele encerrar a sua carreira poderemos fazer uma análise correta do jogador que foi. Não tenho também a obrigação de fazer a mesma avaliação da história.

Jeitinho
Na Copa, viajamos muito de carro pelas ótimas estradas da Alemanha sem pagar nenhum centavo de pedágio. Não vi um buraco. Tudo com a orientação de uma insensível e eficiente voz feminina que mostrava todas as direções. Ela informava até como utilizar um caminho alternativo em caso de engarrafamento.
Será que esse computador (GPS) em um carro brasileiro vai mostrar como dar um jeitinho, como estacionar em lugar proibido sem ser visto e outras malandragens, que só servem para agravar e "cronificar" os graves problemas brasileiros?