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Para seguir como vice da América, Cuba se renova
Equipe do Pan tem média de 23 anos, e 70% dela estréia em Jogos continentais
País despreza esportes coletivos em que não tem tradição e aposta naqueles em que geralmente obtém medalhas, como na luta
DOS ENVIADOS AO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para manter o segundo posto
no Pan, Cuba aposta na renovação. A média de idade da equipe
é de 23 anos. Tradição na ilha, a
maioria do grupo que irá competir no Rio foi revelada em
torneios escolares.
De acordo com o comitê local, 70% dos atletas estréiam
em Jogos continentais. E o Pan
possui importância estratégica
para as pretensões cubanas.
"Se analisarmos o ciclo olímpico, pode-se observar que tecnicamente cada competição
multiesportiva está relacionada com a preparação do atleta
para objetivos maiores. Dessa
forma, o Pan serve como grande teste para os Jogos Olímpicos", afirmou à Folha José Ramón Fernández, presidente do
Comitê Olímpico Cubano.
Um teste que é uma incógnita para os dirigentes locais,
que, assim como os brasileiros,
evitam fazer previsão das medalhas que serão conquistadas.
"O mais importante é competir. Não costumamos dar
prognósticos, apesar de estarmos empenhados em lutar para manter o segundo lugar dos
Jogos", afirmou Fernández.
"Nosso povo espera o melhor
de seus atletas. E cada um deles
fará o máximo esforço para satisfazer essas expectativas geradas a partir de nossos resultados históricos", completou.
De fato, Cuba se mantém na
segunda posição no quadro de
medalhas desde os Jogos de
Cali-1971. Vinte anos depois,
quando foi anfitrião em Havana, os caribenhos conseguiram
o feito de desbancar os EUA na
liderança da classificação.
No Rio, jovens apostas podem começar a brilhar. É o caso de Aroldis Chapman, 19, e
Elier Sánchez, 20, novas revelações do beisebol cubano.
No Rio, para assegurar a vice-liderança, o país irá utilizar
uma fórmula seguida à risca há
anos. Cuba dá uma atenção especial a esportes individuais
que lhe garantem muitas medalhas, como judô, boxe, lutas e
levantamento de peso.
Foi graças a essa estratégia
que o país garantiu o 11º lugar
na Olimpíada de Atenas, em
2004. Das 27 medalhas obtidas, 25 vieram de provas individuais ou em duplas. As exceções foram o ouro do beisebol e
o bronze do vôlei feminino.
Modalidades coletivas sem
grande tradição na ilha, como o
futebol, são desprezadas. Cuba
não terá representantes no Rio
no torneio de futebol. Já hipismo e esqui aquático, cujos
equipamentos têm custo elevado, também ficaram de fora.
Mas, mesmo nos esportes
em que já obteve conquistas, o
país de Fidel Castro se ressente
do intercâmbio internacional.
Atletas de esgrima, tênis de
mesa, handebol e hóquei sobre
a grama, entre outros, não têm
viajado para o exterior, dificultando melhorias técnicas.
"Nossos rapazes são jovens e
têm talento, mas não têm nenhuma experiência fora do
país. A desvantagem é enorme,
insuperável", lamenta Rolando
Soler, técnico de esgrima.
A maioria desses jovens debuta internacionalmente no
Pan. O primeiro grupo, com
cerca de 200 integrantes, desembarcou anteontem à noite
no aeroporto do Galeão.
Fazem parte da primeira leva, já instalada na Vila do Pan-Americana, representantes de
atletismo, esgrima, ginástica
artística, judô, levantamento
de peso, remo, taekwondo e vela.0
(ADALBERTO LEISTER FILHO, EDUARDO OHATA E PAULO COBOS)
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