São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Juvenal banca Muricy em 2009

Presidente do São Paulo diz que elenco não produz o que deveria e fala em tratamento de choque

Dirigente afirma que age com camaradagem, mas pune e, após conversa com os atletas, vai endurecer o trabalho nesta semana

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2008, o São Paulo ainda não levantou nenhum troféu. No Brasileiro, as coisas caminham para mais um campeonato sem título. Mas, em entrevista à Folha, o presidente Juvenal Juvêncio garantiu Muricy Ramalho no comando da equipe até o final do seu contrato -dezembro de 2009. Em queda visível de rendimento e já sob o risco de ficar de fora da próxima Libertadores, o mandatário são-paulino falou que o time precisa de um choque para retomar o caminho das vitórias e não admite que ninguém jogue a toalha. Juvenal falou ainda que a equipe vive um mau momento, mas descartou operações radicais para mexer com o time.

 

FOLHA - Como está a relação da diretoria com Muricy?
JUVENAL JUVÊNCIO- O Muricy é uma pessoa séria. Ele foi muito assediado por outros clubes e também pelo mundo árabe. Ele mantém sua têmpera e vai continuar fazendo seu trabalho.

FOLHA - Qual a explicação para a queda de rendimento do São Paulo?
JUVENAL - Eles [jogadores] não estão produzindo o que podem. A competência individual não está sendo traduzida no campo.

FOLHA - O senhor costuma aparecer em momentos difíceis. Vai ter uma conversa com o grupo?
JUVENAL - Já tive há três partidas. Essa semana o regime vai ser duro. Vão ter dias em que os treinos serão em dois períodos. Esta semana eles vão sentir a necessidade [da presença do presidente]. Depois, vou analisar se ainda haverá necessidade de conversar individualmente.

FOLHA - Como é a sua atuação junto ao elenco?
JUVENAL - Eu converso com os jogadores fortemente. Sinto quem quer e quem não quer jogar. Quem não está com alegria e o porquê disso. Eu puno. Mas também existe a camaradagem.

FOLHA - Qual a melhor estratégia para o momento atual?
JUVENAL - A do choque. O técnico se desgasta muito por ter de repetir sempre a mesma coisa para o elenco. De vez em quando precisa dar um choque. O jogador tem que produzir, dizer a que veio. Aqui há competência para cobrar isso. Eu sou um gestor que sabe bem o que faz.

FOLHA - O que o senhor acha do atual elenco do São Paulo?

JUVENAL - Mais de 70% do grupo recebeu sondagens e ninguém saiu. O que foi embora -Alex Silva, zagueiro- saiu porque não era jogador meu [a porcentagem do clube sobre os direitos do atleta era de 20%]. O elenco é de muita qualidade.

FOLHA - E o que fazer para mudar a fase do time?
JUVENAL - Trabalhar. Não tem para onde correr. Sou contra a pirotecnia [referindo-se a contratação de impacto].

FOLHA - Existe o temor de ficar fora da Libertadores de 2009?
JUVENAL - Não admito que ninguém jogue a toalha precocemente. O São Paulo ficou dez anos sem Libertadores e agora estamos com cinco participações seguidas. O que acontece é que todos [diretoria, comissão técnica e jogadores] têm o ônus pelo momento atual.


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