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Primo pobre
MARCEL MERGUIZO
DE SÃO PAULO
O assalto a membros da
Sauber minutos depois da
tentativa de assalto ao carro
do piloto inglês Jenson Button, da McLaren, não preocupou as autoridades paulistas.
Ao menos no discurso oficial.
Cerca de 24 horas depois
dos dois casos, que aconteceram nas proximidades do autódromo de Interlagos, prefeitura, secretaria de segurança estadual e Polícia Militar disseram que sabiam dos
fatos só pela imprensa, que
reproduzia declarações do
piloto da McLaren e um comunicado da equipe suíça.
"Vamos averiguar. Em
qualquer grande evento temos preocupação para que a
segurança dê certo", declarou o prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab.
As polícias Civil e Militar
também desconheciam qualquer detalhe do assunto.
O presidente da São Paulo
Turismo (SPTuris), Caio de
Carvalho, mostrou-se calmo
ao ser questionado sobre o
prejuízo causado à imagem
da capital paulista pela repercussão dos fatos na imprensa internacional.
"Quero ouvir os envolvidos para saber o que aconteceu. Pode não ter sido nada."
De acordo com o próprio
Button, no carro estavam ele,
o pai, John, seu agente, Richard Goddard, e o fisioterapeuta Mike Collier.
Por volta das 19h30 de anteontem, eles deixaram o autódromo de Interlagos em direção ao hotel, na região do
Morumbi. Em um semáforo,
viram cinco ou seis garotos
saindo de um prédio e se
aproximando do veículo.
O piloto da McLaren afirma ter visto três deles armados, dois com pistolas pequenas e um com metralhadora.
Relatos de policiais dizem
que essa terceira arma pode,
na verdade, ser um taco de
beisebol ou objeto similar.
"Demos azar. Mas o motorista foi habilidoso, e o carro
escapou muito rapidamente", disse o campeão mundial da temporada passada.
O motorista do veículo era
policial, mas seu nome não
foi revelado. Ao escapar dos
bandidos, o carro, blindado,
bateu em outros.
"É uma situação assustadora. E não foi a primeira vez
que aconteceu. Por sorte estamos bem", conclui Button.
Na tarde de ontem, a sorte
do piloto não melhorou muito. Com a quinta colocação
no GP Brasil, o inglês deixou
a briga pelo título mundial.
"Estou fora agora, então
vou tratar a corrida final [no
próximo domingo, em Abu
Dhabi] como tratei esta: só
vou me divertir. Venci o Mundial no ano passado no Brasil, neste ano, perdi", disse
Button, após a prova.
O outro caso de violência
envolveu três engenheiros da
equipe Sauber, por volta das
20h de sábado. Também na
saída de Interlagos, em uma
van, eles foram vítimas de assalto a mão armada.
Os assaltantes abriram a
porta do veículo e levaram
pertences pessoais dos engenheiros. Não houve feridos
em ambos os casos.
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