DA REPORTAGEM LOCAL

Principal estrela da Copa do Brasil feminina, a meia Daniela Alves não ficou satisfeita com o prêmio pago pela CBF pelo vice-campeonato da seleção brasileira no Mundial da China.
"O que chegou ao meu bolso não foi nada agradável", disse à Folha a jogadora, que divulga o valor recebido. "No meu nosso bolso entrou R$ 16 mil. E não tem mais nada." Logo após a campanha na Ásia, a CBF soltou comunicado dizendo que o valor da premiação das mulheres seria "proporcional ao destinado à conquista do pentacampeonato pela seleção brasileira em 2002".
Na época, cada atleta embolsou, pelo câmbio então adotado pela CBF, cerca de R$ 430 mil, ou 2.587% a mais do que cada integrante do time feminino recebeu pelo inédito vice mundial.
Além dos atletas, foram premiados no título do time masculino até assessores da CBF, que ganharam R$ 75 mil brutos. Massagistas e até o motorista da equipe ganharam muito mais do que as vice-campeãs mundiais.
Daniela, no entanto, não gostaria de trocar a organização da Copa do Brasil por uma premiação maior para ela e as outras jogadoras da seleção, que em 2008 devem ter a Olimpíada de Pequim como o maior compromisso.
"Se [a CBF] premiasse a gente melhor talvez não teria o campeonato para todas agora", afirma a meia de 23 anos, que não mostra muito entusiasmo de seguir o caminho de Marta, que brilha Europa já há alguns anos.
"Se aqui estiver bem, com uma boa remuneração, prefiro ficar", disse a jogadora, que hoje vive com os R$ 2.500 mensais que ganha do Bolsa-Atleta, programa do governo federal -ela não é remunerada pelo Saad.
Daniela Alves acredita que tem uma missão no futebol feminino do Brasil. "Estou lutando para dar certo. Se eu falar que nunca vai dar sem nunca ter tentado, será péssimo. Faço o máximo que eu posso para mudar as coisas para todas que praticam o futebol feminino."0 (PC)


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