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POLÍTICA
Após Lei Piva, menina dos olhos da dupla passa a ser projeto de ministro de apoio a esportistas de alto rendimento
Nuzman e Queiroz miram Bolsa-Atleta
DA REPORTAGEM LOCAL
A menina dos olhos de Carlos
Arthur Nuzman agora é outra.
Depois da Lei Piva, é chegada a
vez do projeto de lei -de autoria
de Agnelo Queiroz- que institui
a Bolsa-Atleta e está em análise na
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal.
O presidente do COB costuma
se referir a ele como um outro
possível marco na história do esporte brasileiro. Foi o que fez em
cerimônia de prestação de contas
do comitê da utilização dos recursos da Lei Piva. Não poupou elogios à Bolsa-Atleta, que o ministro
também gostaria de ver em prática o mais rapidamente possível.
O projeto prevê ajuda do governo a esportistas de alto rendimento que não contam com patrocínio de empresas privadas -R$ 3
milhões estariam disponíveis para ele entrar em funcionamento.
O benefício mensal seria concedido a quatro categorias de atletas: estudantil, nacional, internacional e olímpico/paraolímpico.
Além do Bolsa-Atleta, que formulou quando parlamentar,
Queiroz pretende lutar, agora que
comanda o Esporte, pela criação
de um fundo para o setor. A idéia
é que 9% das receitas advindas
dos bingos sejam destinadas a ele.
O orçamento do Esporte, que
foi desmembrado do Turismo, é o
menor de todos os ministérios em
2003: R$ 350 milhões.
Sem o fundo, que deve ser criado em março, Queiroz tem dito
que o esporte, além dos recursos
da Lei Piva, fica muito dependente de investimentos das empresas
estatais, como a Petrobras, a Caixa Econômica Federal, o Banco
do Brasil e os Correios.
Bandeira
Com a ênfase que tem dado aos
esportes olímpicos e ao que chama de inclusão social por meio do
esporte, como o projeto com as
Forças Armadas para abrir os
quartéis para que a população carente tenha acesso à prática esportiva, uma das principais bandeiras de outro ícone do PC do B,
o deputado federal Aldo Rebelo,
tem sido deixada de lado.
Presidente da CPI da CBF/Nike,
que investigou na Câmara as atividades da Confederação Brasileira de Futebol, Rebelo tinha como
bandeira moralizar o futebol.
Apesar de dizer que defende a
moralização e é contra, por exemplo, as viradas de mesa no futebol,
até agora não há uma definição
clara sobre a postura do ministério em relação à CBF.
Queiroz diz apenas que é favorável a um tratamento diferenciado para o futebol, sem ter entrado
em maiores detalhes.
A posição também é defendida
pelo COB. Apesar de o futebol ser
esporte olímpico, a CBF não trabalha, mesmo durante os Jogos
Olímpicos, em conjunto com o
comitê. Seus atletas, por exemplo,
viajam de primeira classe, enquanto os demais vão de econômica.
(JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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