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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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POLÍTICA

Após Lei Piva, menina dos olhos da dupla passa a ser projeto de ministro de apoio a esportistas de alto rendimento

Nuzman e Queiroz miram Bolsa-Atleta

DA REPORTAGEM LOCAL

A menina dos olhos de Carlos Arthur Nuzman agora é outra. Depois da Lei Piva, é chegada a vez do projeto de lei -de autoria de Agnelo Queiroz- que institui a Bolsa-Atleta e está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal.
O presidente do COB costuma se referir a ele como um outro possível marco na história do esporte brasileiro. Foi o que fez em cerimônia de prestação de contas do comitê da utilização dos recursos da Lei Piva. Não poupou elogios à Bolsa-Atleta, que o ministro também gostaria de ver em prática o mais rapidamente possível.
O projeto prevê ajuda do governo a esportistas de alto rendimento que não contam com patrocínio de empresas privadas -R$ 3 milhões estariam disponíveis para ele entrar em funcionamento.
O benefício mensal seria concedido a quatro categorias de atletas: estudantil, nacional, internacional e olímpico/paraolímpico.
Além do Bolsa-Atleta, que formulou quando parlamentar, Queiroz pretende lutar, agora que comanda o Esporte, pela criação de um fundo para o setor. A idéia é que 9% das receitas advindas dos bingos sejam destinadas a ele.
O orçamento do Esporte, que foi desmembrado do Turismo, é o menor de todos os ministérios em 2003: R$ 350 milhões.
Sem o fundo, que deve ser criado em março, Queiroz tem dito que o esporte, além dos recursos da Lei Piva, fica muito dependente de investimentos das empresas estatais, como a Petrobras, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e os Correios.

Bandeira
Com a ênfase que tem dado aos esportes olímpicos e ao que chama de inclusão social por meio do esporte, como o projeto com as Forças Armadas para abrir os quartéis para que a população carente tenha acesso à prática esportiva, uma das principais bandeiras de outro ícone do PC do B, o deputado federal Aldo Rebelo, tem sido deixada de lado.
Presidente da CPI da CBF/Nike, que investigou na Câmara as atividades da Confederação Brasileira de Futebol, Rebelo tinha como bandeira moralizar o futebol.
Apesar de dizer que defende a moralização e é contra, por exemplo, as viradas de mesa no futebol, até agora não há uma definição clara sobre a postura do ministério em relação à CBF.
Queiroz diz apenas que é favorável a um tratamento diferenciado para o futebol, sem ter entrado em maiores detalhes.
A posição também é defendida pelo COB. Apesar de o futebol ser esporte olímpico, a CBF não trabalha, mesmo durante os Jogos Olímpicos, em conjunto com o comitê. Seus atletas, por exemplo, viajam de primeira classe, enquanto os demais vão de econômica. (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)


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