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Corinthians pagará por metas
Clube, que enfrenta hoje o líder do Paulista, quer salário condicionado a desempenho em campo
Idéia, ainda em estudo pela diretoria, é remunerar os
atletas com 1/3 do valor acertado após avaliação de
parâmetros de performance
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians que hoje às
16h enfrenta o líder do Paulista,
Guaratinguetá, no Morumbi,
tem sido pródigo em mudar o
time de um jogo para outro.
Não conseguiu repetir nenhuma vez a escalação nesta temporada. Mas a alta rotatividade
dentro do elenco pode, num futuro próximo, beneficiar atletas que defendam o clube.
No Parque São Jorge, há um
projeto para implementar um
sistema de remuneração dos
jogadores baseado na produtividade de cada um no time.
Ainda em estágio embrionário, sob estudo de diversas
áreas administrativas do clube,
a nova forma de acertar contratos com jogadores pretende
premiar aqueles que mais renderem dentro e fora de campo.
A intenção é fixar um salário-base para cada atleta equivalente a cerca de 66% do que ele
receberia através de um acordo
comum. Os outros 34% -ou
cerca de um terço da remuneração total acordada- só seriam pagos caso o atleta conseguisse alcançar uma série de
metas estipuladas no contrato.
Conceitos como assiduidade
e pontualidade em treinos, número de jogos de que participa,
cartões vermelhos e amarelos,
popularidade e exposição na
mídia serão utilizados como
parâmetros de avaliação para
aferir se as metas foram ou não
atingidas pelo jogador.
A idéia nasceu após dirigentes corintianos receberem cartolas do Barcelona no Parque
São Jorge e ouvirem que no clube espanhol funciona um sistema semelhante, que remunera
melhor atletas com bom desempenho em campo e que sejam capazes de atrair mais
atenção fora dele.
"Se o cara é diferenciado, tem
que ganhar de forma diferenciada", afirma o vice de finanças do Corinthians, Raul Corrêa da Silva, um dos responsáveis pela elaboração do projeto.
Segundo Corrêa, as avaliações de metas atingidas seriam
feitas periodicamente, a cada
semestre, por exemplo.
Os objetivos a serem alcançados pelos jogadores, no entanto, não serão iguais para todos.
"Um menino recém-saído do
juvenil não pode ser avaliado
como um William ou um Felipe", exemplifica Corrêa. "Os
critérios de avaliação serão
iguais para todos, mas as metas
serão diferentes", diz.
A nova forma de fechar contratos, apesar de ainda não ter
data para entrar em vigor no
clube, deve sofrer resistência
por parte dos jogadores.
"Para quem já está com o
burro na sombra, é bom, mas é
complicado para quem está aí,
ralando", opina Perdigão.
O capitão William diz que os
contratos por produtividade
devem ser bem discutidos antes de implementados.
Ele acredita que, se mal formulados, os contratos podem
até gerar problemas de relacionamento entre os atletas.
"Imagine se um jogador fica
no banco de reservas. Ele vai
insistir para que o técnico o escale para cumprir suas metas.
Ou um outro que precise fazer
um determinado número de
gols pode não passar a bola para
um companheiro melhor colocado", pondera o zagueiro.
"Acho que, antes de qualquer
coisa, é preciso reunir diretoria, jogadores, comissão técnica
e encontrar uma fórmula que
fique bom para todo mundo",
afirmou William.
E, segundo Raul Corrêa, esse
será o caminho do projeto. "Vamos mostrá-lo para a comissão
técnica. Depois, ele vai para os
jogadores. Só então, quando todos tiverem feito sugestões e
concordado com tudo, é que vamos colocá-lo em prática."
"É a chance de os jogadores
ganharem mais", diz o presidente Andres Sanchez, que deseja começar a fazer contratos
por produtividade ainda neste
ano, com os reforços que pretende adquirir para a Série B
-prazo que o vice de finanças
diz não ser possível de cumprir.
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