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Há um ano sem vencer, Raikkonen diz que não liga
Última vitória do finlandês na F-1 foi em Barcelona, que
hoje assiste à definição do grid da quinta etapa do Mundial
"Estamos vendo um monte
de brigas e às vezes parece
ridículo", afirma campeão
de 2007, sobre disputas
políticas nos bastidores
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA
No ambiente pasteurizado
do paddock, Kimi Raikkonen se
destaca. E faz questão de deixar
claro nos pequenos detalhes.
Como, por exemplo, no boné
com que entra na sala reservada no segundo andar do motorhome da Ferrari em Barcelona.
"Não sou igual a todo mundo,
por isso meu boné também não
é", dispara de cara o finlandês
sobre o acessório especialmente confeccionado para ele, que
faz mais o estilo "rapper" do
que o "mauricinho" da F-1.
Mas não é só por isso que o
campeão mundial de 2007 se
diferencia dos demais no grid.
Segundo maior vencedor em
atividade -só perde para o bicampeão Fernando Alonso-,
encara com incomum naturalidade seu jejum de 18 corridas
sem vencer. Seu último triunfo
foi em abril do ano passado, justamente na Espanha, cenário
da corrida de amanhã, às 9h.
Em 2008, o fim de semana
começou com a pole. Em sua
opinião, algo distante de suas
possibilidades no treino que
hoje, às 9h, define o grid da
quinta etapa do Mundial.
"Claro que seria legal já ter
vencido, mas não fico pensando
nisso", diz o dono de 17 vitórias.
"Espero vencer neste final de
semana, mas, se não ganhar,
paciência. Não vai fazer diferença", segue, fazendo jus à atitude "tanto faz" que o caracteriza, mas que refuta ser verdadeira após uma gargalhada.
"É claro que me importo com
as coisas", fala Raikkonen, 29,
antes de assegurar que "explode" quando fica bravo, apesar
de ser algo raro. "Tenho um jeito diferente de demonstrar."
Dentre suas maiores paixões
estão as motos. É dono de duas
choppers, a Iceman e a Iceman
II (em referência a seu apelido,
Homem de Gelo, que tem tatuado no antebraço esquerdo).
"Gosto de qualquer coisa motorizada. Assisto a programas
como "American Chopper" porque, no caso das motos, sou
mais de ver do que de correr."
Se é assim com as motos, com
o rali é diferente. Ele não descarta a hipótese de seguir os
passos do irmão, Rami, que
chegou a competir.
"Talvez eu tente. Ainda não
sei. Gosto de rali porque é muito diferente da F-1, onde já sei
tudo. Além de ser mais perigoso, tem muito mais alternativas
porque pode ser disputado na
neve, no asfalto, na terra..."
Caso decida mudar de esporte, porém, isso só deve acontecer depois do fim de seu contrato com a Ferrari, que termina
no final da temporada que vem.
O finlandês sempre afirmou
que, quando não se divertisse
mais, deixaria a categoria. Agora, arrumou outro motivo.
"Ninguém sabe o que vai ser
da F-1 no ano que vem. Estamos vendo um monte de brigas
e às vezes parece ridículo o que
estão fazendo", diz, referindo-
-se à confusão sobre a definição
do regulamento para 2010, que
pode estipular um teto orçamentário para as equipes.
Mas o ferrarista deixa claro
que a rotina da categoria já começa a aborrecê-lo. "A verdade
é que as coisas não mudam. É
sempre a mesma coisa, ano
após ano", fala Raikkonen, que
imagina que teria sido mais feliz nos anos 70, "quando a F-1
girava em torno do esporte".
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