São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Há um ano sem vencer, Raikkonen diz que não liga

Última vitória do finlandês na F-1 foi em Barcelona, que hoje assiste à definição do grid da quinta etapa do Mundial

"Estamos vendo um monte de brigas e às vezes parece ridículo", afirma campeão de 2007, sobre disputas políticas nos bastidores


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA

No ambiente pasteurizado do paddock, Kimi Raikkonen se destaca. E faz questão de deixar claro nos pequenos detalhes. Como, por exemplo, no boné com que entra na sala reservada no segundo andar do motorhome da Ferrari em Barcelona.
"Não sou igual a todo mundo, por isso meu boné também não é", dispara de cara o finlandês sobre o acessório especialmente confeccionado para ele, que faz mais o estilo "rapper" do que o "mauricinho" da F-1.
Mas não é só por isso que o campeão mundial de 2007 se diferencia dos demais no grid.
Segundo maior vencedor em atividade -só perde para o bicampeão Fernando Alonso-, encara com incomum naturalidade seu jejum de 18 corridas sem vencer. Seu último triunfo foi em abril do ano passado, justamente na Espanha, cenário da corrida de amanhã, às 9h.
Em 2008, o fim de semana começou com a pole. Em sua opinião, algo distante de suas possibilidades no treino que hoje, às 9h, define o grid da quinta etapa do Mundial.
"Claro que seria legal já ter vencido, mas não fico pensando nisso", diz o dono de 17 vitórias.
"Espero vencer neste final de semana, mas, se não ganhar, paciência. Não vai fazer diferença", segue, fazendo jus à atitude "tanto faz" que o caracteriza, mas que refuta ser verdadeira após uma gargalhada.
"É claro que me importo com as coisas", fala Raikkonen, 29, antes de assegurar que "explode" quando fica bravo, apesar de ser algo raro. "Tenho um jeito diferente de demonstrar."
Dentre suas maiores paixões estão as motos. É dono de duas choppers, a Iceman e a Iceman II (em referência a seu apelido, Homem de Gelo, que tem tatuado no antebraço esquerdo).
"Gosto de qualquer coisa motorizada. Assisto a programas como "American Chopper" porque, no caso das motos, sou mais de ver do que de correr."
Se é assim com as motos, com o rali é diferente. Ele não descarta a hipótese de seguir os passos do irmão, Rami, que chegou a competir.
"Talvez eu tente. Ainda não sei. Gosto de rali porque é muito diferente da F-1, onde já sei tudo. Além de ser mais perigoso, tem muito mais alternativas porque pode ser disputado na neve, no asfalto, na terra..."
Caso decida mudar de esporte, porém, isso só deve acontecer depois do fim de seu contrato com a Ferrari, que termina no final da temporada que vem.
O finlandês sempre afirmou que, quando não se divertisse mais, deixaria a categoria. Agora, arrumou outro motivo.
"Ninguém sabe o que vai ser da F-1 no ano que vem. Estamos vendo um monte de brigas e às vezes parece ridículo o que estão fazendo", diz, referindo- -se à confusão sobre a definição do regulamento para 2010, que pode estipular um teto orçamentário para as equipes.
Mas o ferrarista deixa claro que a rotina da categoria já começa a aborrecê-lo. "A verdade é que as coisas não mudam. É sempre a mesma coisa, ano após ano", fala Raikkonen, que imagina que teria sido mais feliz nos anos 70, "quando a F-1 girava em torno do esporte".


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