Torcedores sofrem com única via para chegar à Ressacada, onde a equipe enfrenta hoje o Atlético-MG

RICARDO VIEL
EM FLORIANÓPOLIS

O sofrimento do torcedor do Avaí hoje, dia em que, após mais de duas décadas, o time retorna à elite do futebol, contra o Atlético-MG, terá início bem antes de a bola rolar na Ressacada, em Florianópolis.
E, mesmo se a equipe vencer seu primeiro desafio no Brasileiro, seus seguidores ainda terão mais alguns minutos, talvez horas, de nervosismo. Isso porque chegar e deixar o estádio avaiano se tornou nos últimos anos um exercício de paciência.
Grosso modo, só há um caminho que leva ao estádio: a via Expressa Sul. O mesmo que liga o centro da cidade à zona sul.
O resultado é que, ao trânsito habitual de fim de tarde, soma-se, em dias de jogos, milhares de carros, ônibus e motos.
Nos jogos aos fins de semana, o maior problema é o tráfego para o aeroporto, que fica a poucos quilômetros do estádio.
"Nós sempre alertamos os hóspedes, em dia de jogo, para saírem cedo. Se o voo é as 21h, a gente diz para sair às 17h", conta Natália Ferreira, funcionária de um hotel no centro.
O problema é crônico e promete piorar. Primeiro porque os jogos da Série A devem atrair mais público -também pelos rivais. Além disso, o estádio do Avaí está sendo ampliado. De 13,5 mil lugares, o campo terá capacidade para 16 mil hoje. Até agosto, será liberado para 19 mil, informa o clube.
Em 1981, quando o estádio começou a ser construído, a via Expressa Sul já existia no papel. Passados quase 30 anos, só um trecho está finalizado. Quando a via termina, nasce o problema: de três faixas, o caminho afunila para duas. E, após um trevo, passa a ser mão dupla.
Dali até o estádio o trajeto é de cerca de três quilômetros.
Segundo a Secretaria Municipal de Transporte, a construção de um elevado sobre o trevo onde há o afunilamento, previsto para ser entregue no final do ano, melhorará o trânsito.
Enquanto isso, o Avaí tenta minimizar os problemas. O clube começou, no mês passado, a "Concentração com o Leão".
Em jogos nos fins de semana, o torcedor pode chegar a partir das 11h e aproveitar o clube. Isso para diminuir o fluxo no horário próximo ao jogo.
Outra medida é a construção de um bicicletário no estádio. Há um movimento, surgido na internet, de torcedores que vão à Ressacada de bicicleta. Enquanto o bicicletário não fica pronto, o estacionamento (R$ 1) é em casas perto do estádio.


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