São Paulo, Domingo, 09 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O PERSONAGEM

Paulinho tem 'sobrevida'

da Reportagem Local

No início do ano, Paulo Ricardo Mendonça, 28, o Paulinho, deixou o Report-Nipomed, time pelo qual conquistara três títulos nacionais por não querer aceitar uma imposição do técnico Ricardo Navajas: com 1,87 m, só continuaria no time se fosse como líbero.
O pedido fazia sentido: reserva, Paulinho somente fazia as passagens de fundo de quadra.
Foi para o Telepar/Maringá, da cidade homônima no Paraná, com a garantia de que atuaria como atacante. Com o desligamento do jogador que faria o papel não teve alternativa: virou o líbero do Telepar.
Nesta posição, pela primeira vez na carreira, foi convocado para uma seleção brasileira.
""A minha chance de jogar vôlei é como líbero. Assim, posso jogar mais uns dez anos. Como atacante, não jogava mais que dois ou três", diz o jogador que teve a carreira ameaçada em 1996 -ficou a temporada inteira inativo- por causa de uma contusão no tendão de Aquiles.
A seguir, trechos da entrevista que concedeu do Rio, onde a seleção treina para a Liga Mundial.

Folha - Você não queria atuar como líbero, mas é nessa função que conseguiu chegar à seleção. Já se adaptou?
Paulinho -
Eu saí de Suzano para ser atacante. Mas ocorreram umas mudanças no Maringá, o cara que ia ser líbero se desligou, e o técnico pediu para eu jogar. A adaptação foi rápida. Sei que essa mudança vai esticar minha carreira por mais um tempo. Quando comecei a jogar, com meu 1,87 m, ainda dava. Hoje, a minha chance é como líbero. Meu companheiro de quarto (o juvenil Dante) tem 2,00 m. E o moleque tem 18 anos.
Folha - Você acredita que poderá continuar na seleção?
Paulinho -
Não se pode ir para uma seleção por ir. A única coisa que pesa um pouco é a falta de experiência em nível internacional. Creio que com uma ou duas partidas, se resolve.
Folha - O técnico Radamés Lattari já lhe deu algum indicativo de quem vai atuar, você ou Kid?
Paulinho -
Não, por enquanto não disse nada. Ele pode querer utilizar os dois. É treinar e estar pronto quando for preciso.
Folha - Já se acostumou ao ambiente de seleção?
Paulinho -
Foi a parte mais fácil. Todo mundo que está aqui, eu conheço de clube. Ou já foi meu companheiro ou joguei contra.


Texto Anterior: Vôlei: Com líbero, defesa vira o melhor ataque
Próximo Texto: Modalidade se vangloria de sua ousadia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.