São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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JOSÉ GERALDO COUTO

Denílson apagado, Ronaldinho tolhido

Juro que não consigo entender a lógica de Scolari. Antes da Copa, ele previu que Ronaldinho poderia ser um dos astros da competição. Mas, às vezes, parece querer impedir que isso aconteça.
No jogo de ontem, quando o jogador se destacava em campo, tendo participado dos três gols do primeiro tempo, e tinha tudo para se consagrar no segundo, o treinador sacou-o de campo, colocando Denílson em seu lugar. Além de desestimular Ronaldinho, a mudança abortou o bom entrosamento que se esboçava entre o craque gaúcho, o outro Ronaldo, Rivaldo e Roberto Carlos. Se alguém estava fora do lugar ali, era Juninho.
Outra coisa difícil de entender foi a atuação de Denílson. Triste, com o freio puxado, o atacante não foi nem sombra do que vinha sendo nos jogos anteriores. Terá sido "enquadrado" por Scolari ou pelos próprios companheiros?
De resto, a goleada sobre a China trouxe a repetição de algumas deficiências -a frouxidão da marcação por pressão, a indefinição dos papéis de cada um dos três zagueiros, o isolamento de Cafu na direita-, mas também algumas visíveis melhoras.
Os dois alas participaram bem do ataque, o meio-de-campo tocou mais a bola (sobretudo depois da entrada de Ricardinho), esboçou-se um maior entrosamento. Tranquilizada pela virtual classificação, a equipe pode usar o jogo contra a Costa Rica para reforçar essa evolução e corrigir as falhas.

jgcouto@uol.com.br



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