São Paulo, sábado, 9 de agosto de 1997.



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JUCA KFOURI
Cruzeiro em perigo

O Maracanã de 1950 está vivo na memória até dos que não estavam vivos em 1950.
Que a história se repita no Mineirão em 1997 é tudo que o Cruzeiro tem de trabalhar para impedir.
O favoritismo brasileiro antes da batalha final diante do Sporting Cristal é tão despudorado que põe em grave perigo o bi da Taça Libertadores.
Há lições recentes na história cruzeirense que convém mesmo o técnico Paulo Autuori repetir à exaustão para seus comandados.
O Cruzeiro foi eliminado da Copa do Brasil pelo Santa Cruz, em Belo Horizonte, outro dia mesmo e a equipe peruana jogará completa, diferentemente do jogo de Lima -além de na qualidade de franco-atiradora, já que toda a responsabilidade passou para o time mineiro.
Ninguém quer fazer terrorismo e nem mesmo negar o óbvio e repetido favoritismo. Mas exatamente por isso é que o Cruzeiro deveria esquecer que seu adversário da próxima semana é peruano. Deve tratá-lo como se fosse, no mínimo, argentino.
Isso mesmo! O Sporting é um temível representante do arqui-rival futebol argentino!
Toda seriedade é pouca.
Dá-lhe, Cruzeiro!
Por falar em Cruzeiro, o melhor jogador de toda história cruzeirense, e hoje o melhor comentarista de futebol da TV brasileira, Tostão, rescindiu mesmo seu contrato com a Band e é agora avidamente disputado pela ESPN Brasil e pela Sportv.
Proibido de fazer TV aberta até depois da Copa da França, com exceção da TV Minas, da Rede Educativa, o Cartão Verde, da Rede Cultura, adoraria poder tê-lo como quarto membro fixo, mesmo que na condição de convidado super especial.

Ao contrário de Melchiades Filho, que pode entender mais de basquete que eu mas que, certamente, não jogou tão bem, a Rainha Hortência teve de fazer muitas cestas para me convencer que que era ótima como a Paula.
Ambas repetiam, para mim, o duelo conceitual que havia entre Oscar e Marcel e, mais antigamente, entre Wlamir Marques e Amaury Passos, entre o individual e o coletivo.
Hoje estou convencido de que os seis são gênios e, por isso, não convido ninguém a ir ao Ibirapuera para se despedir de Paula. Ao contrário, convido a todos irem lá para exigir que ela permaneça na seleção. Aos berros!



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