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Brasil fica mais frágil e ineficiente com trio de astros
Seleção, que pega hoje os EUA em Chicago, faz menos pontos quando Ronaldinho, Kaká e Robinho jogam juntos
Defensores do time nacional dizem ser preciso cuidado na retaguarda ao jogar com os três, cuja presença melhora poder ofensivo ligeiramente
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO
Para quem nunca mostrou
entusiasmo pela escalação de
Ronaldinho, Kaká e Robinho
juntos, Dunga pode comemorar o retrospecto recente da seleção brasileira, que hoje, às
17h, faz amistoso contra os Estados Unidos em Chicago.
Os três estarão em ação hoje
desde o início. Será só a quarta
vez em 19 jogos que Dunga fará
isso. E, pela forma como ele
pensa o futebol, teve motivos
estatísticos para evitar o trio.
Desde o jogo contra o Paraguai pelas eliminatórias passadas, em 2005, quando o trio
atuou junto pela primeira vez, a
seleção fez 13 jogos com Ronaldinho, Kaká e Robinho desde o
minuto inicial. Neles, registrou
aproveitamento de pontos de
69% e média de um gol sofrido
por jogo. Sem um, dois ou três
deles, esses números vão para,
respectivamente, 76% e 0,5 gol.
O que melhora com o trio é o
ataque -média de 2,77 gols por
partida, contra 2,31 sem ele.
Com os três, o Brasil foi vazado pelo menos uma vez em 69%
dos jogos. Sem o trio completo
desde 2005, isso aconteceu em
apenas 38% das partidas realizadas pela equipe canarinho.
Uma comparação em jogos
com a Argentina ajuda a traduzir a questão. Desde 2005, foram dois duelos contra o maior
rival com o trio e outros dois
sem ele. No primeiro caso, o
Brasil foi vazado quatro vezes.
No segundo, ambos com o comando de Dunga, nenhuma.
""Eles terão que preencher
espaços [ajudar na marcação].
Mas o mais importante é eles
decidirem quando tiverem a
bola no pé", disse o treinador,
que ontem confirmou a escalação do atacante Afonso em lugar de Vágner Love.
Os colegas de defesa fazem
de tudo para não entrar na discussão sobre se Dunga deve escalar as três estrelas, mas alguns opinam sobre o tema.
O volante Gilberto Silva afirmou que o trio pode atuar, mas
com uma ressalva. ""O importante é o time assimilar o esquema. Os jogadores da frente
precisam ocupar os espaços,
ajudar na marcação", disse o
capitão na Copa América.
Naquele campeonato, Robinho brilhou enquanto Kaká e
Ronaldinho estavam de férias.
Ele fala com a autoridade de
quem viu a seleção ruir com o
quarteto mágico na Copa-06.
Doni, goleiro titular na conquista continental, preferiu
teorizar sobre esquemas. ""Nem
sempre um time com três volantes é defensivo e um com
três atacantes é ofensivo".
Mineiro, outro volante de
confiança de Dunga, optou pela
modéstia e pelos elogios aos
companheiros mais famosos.
Ele reconheceu que, com a camisa da seleção, não pode atacar como fazia no São Paulo.
""Na seleção, nossa prioridade é a marcação. Isso em função
dos jogadores que estão aqui
que são acima da média [Ronaldinho, Kaká e Robinho]. Eles
têm a capacidade de decidir."
Na defesa, Dunga poderá escalar sua zaga preferida. Recuperados de contusão, Lúcio e
Juan vão a campo juntos, o que
não acontece desde 2006.
O confronto de hoje é o penúltimo antes da estréia nas
eliminatórias, em outubro,
contra a Colômbia, fora. O time
pega o México na quarta.
NA TV - EUA x Brasil Globo, ao vivo, às 17h
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