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Brasileiro tem lugar cativo para apostas no exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com o jogo sendo proibido no Brasil e com o futebol nacional envolvido agora em escândalo de manipulação de resultados, os clubes do país têm lugar
cativo nas apostas mundo afora.
Várias casas britânicas, as que
possuem mais tradição em jogatina pela internet, utilizam partidas
envolvendo times do país.
Há pelo menos cinco grandes
casas de apostas na internet aproveitando jogos de clubes nacionais. A prática é comum há dois
anos, quando teve início o Brasileiro de pontos corridos. Mas pelo
menos um dos sites, o bet365,
grupo que recebe aproximadamente 400 mil apostas por semana, vem operando com os jogos
do Nacional desde 2001.
O famoso betandwin, que expõe
sua marca em importantes jogos
na Europa (tem mais de 1 milhão
de usuários cadastrados), também vem oferecendo aos clientes
jogos do Brasileiro. Essa e outras
casas, como 10bet, betfair e gamebookers, ainda ""vendem" jogos
de clubes brasileiros em disputas
internacionais. A Copa Sul-Americana, que ainda conta com Corinthians, Fluminense e Internacional, é a bola da vez.
Muitos sites esportivos estampam propagandas das casas de
apostas, que vem faturando alto
-a famosa casa inglesa William
Hill movimentou US$ 375 milhões em apostas apenas com a final da última Copa do Mundo.
As formas de apostas no futebol
são as mais variadas possíveis. Pode-se apostar em um jogo quem
marcará primeiro, qual será o placar no intervalo, qual será a diferença de gols. E por aí vai.
O site aebet, que aparece no escândalo envolvendo o juiz Edilson Pereira de Carvalho no Brasil,
registra sua sede no Canadá, mas
funciona mesmo no Rio. Assim
como o futbet, outro site envolvido no episódio, é clandestino.
As casas de apostas, hoje com
versões em vários idiomas devido
ao seu alcance mundial, normalmente efetuam pagamentos diretamente na conta bancária do internauta. As apostas costumam
ser pagas com cartão de crédito.
Há alguns anos, ainda pairavam
dúvidas sobre a legalidade ou não
de apostas feitas no Brasil. Hoje,
no entanto, a situação é mais clara. ""O que define a questão é o artigo 50 da Lei das Contravenções
Penais. Tudo vai da interpretação
do lugar em que acontece o jogo.
Se ele está sendo explorado fora
do Brasil, tudo bem", afirma o advogado Renato Opice Blum, especialista em direito eletrônico.
Normalmente, quando se ganha alguma quantia no exterior, o
imposto é pago no país de origem
da casa de apostas.
Os jogos do Brasileiro, tomando
como base as partidas da rodada
que seria realizada ontem, parecem não atrair muito os apostadores. Após o escândalo do apito,
a desconfiança pode ter afastado
ainda mais o interesse das partidas do Nacional.(RODRIGO BUENO)
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