São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

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Promotores deixam sites em 2º plano

ADALBERTO LEISTER FILHO
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público) colocou em segundo plano a investigação dos sites clandestinos www.futbet.com e www.aebet.com, citados pelos envolvidos no escândalo do apito como o destino das apostas dos jogos que tinham seus resultados forjados.
"Essa é uma investigação paralela, um dos braços que serão criados", disse Roberto Porto, um dos promotores do Gaeco que investigam o escândalo da arbitragem.
"Se precisar, abrimos outro processo da máfia do apito", completou José Reinaldo Carneiro, outro promotor do Gaeco.
Desse modo, Armando Dedine, o Saponga, suspeito de ser o dono de um dos sites, pode nem mesmo ser ouvido nesse inquérito.
Carneiro explica que, apesar de ilegais, os sites e seus donos, até onde a promotoria e a Polícia Federal têm conhecimento, foram usados pelos apostadores. "Eles não tinham conhecimento da manipulação dos placares das partidas. Para nossa apreciação, os sites são vítimas dos apostadores."
A promotoria crê que aprofundar investigação na internet é perder o foco principal da apuração.
"Nossa meta de desmantelar o esquema e tirá-lo de operação foi obtida. Queremos saber agora qual a extensão da organização, se outros juízes foram convidados pela quadrilha ou até mesmo cooptados", declarou Carneiro.
Diante disso, ele afirma estar convencido de que o mesário Vanderlei Pololi, preso na sede da PF em São Paulo, é o elo da quadrilha. "Apesar de negar participação, ele sabe de muita coisa e deve ter procurado outros juízes."
A assessoria da Polícia Federal em Brasília informou que nenhum pedido de apuração sobre os sites clandestinos foi solicitado. Segundo o órgão, está sendo criada uma divisão para investigar crimes cibernéticos, como pedofilia pela rede mundial de computadores e a atuação de hackers.
Já outra denúncia atrelada à fraude de resultados, a de que donos de casas de jogos de azar se reuniam no Bingo Imperador, em São Paulo, para planejar o esquema de fraude, também será investigada, mas paralelamente.

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