São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Combalida, Varig vira nova parceira da seleção

DO ENVIADO A TERESÓPOLIS

Com sérias dificuldades financeiras, a Varig é a quarta patrocinadora oficial da seleção brasileira. O acordo foi fechado na semana passada e vai perdurar até a Copa do Mundo do próximo ano.
Com os detalhes mantidos em sigilo, a única cláusula divulgada é que a empresa cederá um avião em todas as viagens da delegação.
A Varig e a Confederação Brasileira de Futebol se recusam a informar valores da negociação.
A marca da companhia aérea já estreou na seleção. Na sexta-feira, uma placa de publicidade estática da Varig foi colocada no campo de treinamento da Granja Comary. Hoje, os jogadores e integrantes da comissão técnica concederão entrevista com a marca da empresa estampada num imenso painel que funcionários da entidade montam após os jogos da equipe. A princípio, a Varig não terá o seu nome estampado no uniforme da seleção.
Além da Varig, a CBF tem três milionários patrocinadores -a Nike, a AmBev e a Vivo. A Nike paga US$ 12 milhões por ano para a entidade. A AmBev desembolsa US$ 10 milhões, e a Vivo gasta cerca de US$ 5 milhões por ano.
Todas colocam as suas marcas no uniforme da equipe, em placas na Granja Comary, praça de treinos do time no Brasil, e no painel montado durante as entrevistas.
A CBF negocia com três bancos brasileiros a última cota no uniforme. O Bradesco é o favorito.
Além de dinheiro, a diretoria da entidade quer que o quinto patrocinador gaste na construção de uma sede e nas obras de um museu do futebol para a confederação. A sede seria erguida na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
A Varig atravessa a pior crise de sua história. No último dia 4, admitiu que a falta de recursos pode inviabilizar a operação de até 31 aeronaves até o fim do ano. O número representa 39,7% da frota da companhia aérea.
A informação consta em um documento assinado na semana passada pelo vice-presidente do departamento operacional e técnico da empresa, comandante Miguel Dau.
A Varig também confirmou oficialmente a informação.
Nos últimos dias, o presidente da Varig, Omar Carneiro da Cunha, e o membro do Conselho de Administração Eleazar de Carvalho viajaram para Nova York.
Em seguida, os dois pretendem seguir rumo à Europa, a fim de realizar uma espécie de "road show" com investidores interessados nos ativos da empresa.
Segundo estudo elaborado pela Lufthansa, a Varig precisa reduzir custos em US$ 168 milhões (cerca de R$ 386 milhões). Algumas medidas já foram implementadas, como o fim da classe executiva.
O presidente do Conselho de Administração da Varig, David Zylbersztajn, admitiu a hipótese de a Nova Varig se tornar uma empresa que siga o conceito "low coast, low fare" (custo baixo, tarifa baixa). Para Zylbersztajn, a mudança na estratégia de negócios ocorrerá de acordo com o novo controlador.(SR)

Texto Anterior: De folga, astros dizem que vão torcer pela TV
Próximo Texto: Futebol: Melhor ataque ratifica Corinthians "top"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.