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Com 98,6% de chance, Alonso fala em cautela
DO ENVIADO A SUZUKA
Apesar da vantagem confortável na tabela, da falta de
antecedentes e dos 98,6% de
chances de conquistar o bicampeonato dentro de duas
semanas, Fernando Alonso
evitou em Suzuka qualquer
espécie de euforia, de comemoração antecipada.
E usava a infelicidade
alheia como principal argumento para sua posição. "A
mesma coisa que aconteceu
com o Michael pode acontecer comigo. Você nunca sabe
o que pode acontecer. Primeiro, tem que terminar a
corrida. Só depois, olhar para
o campeonato", disse.
Seu histórico recente também recomenda um quê de
cautela. Das últimas cinco
etapas, o espanhol abandonou duas. Na Hungria foi vítima de uma porca mal apertada que mandou uma roda
pelos ares. Na Itália, deixou a
prova com problema idêntico ao do alemão ontem: motor estourado.
"Ainda é um pouco cedo
para entender o que houve
aqui no Japão. Certamente
estamos numa posição muito melhor do que antes porque precisávamos bater
Schumacher, bater a Ferrari
e isso tudo trouxe muita
pressão para este final de semana", afirmou Alonso.
"As coisas estão mais fáceis, mas às vezes você não
termina um GP por acidente,
por falha mecânica, por má
sorte... Às vezes você põe
uma roda na grama... Então
vamos nos concentrar",
completou o espanhol.
O histórico mais antigo,
porém, está ao lado do espanhol. Nunca, na história da
F-1, um piloto conseguiu tirar uma desvantagem de dez
pontos e virar o campeonato
na última etapa. E nunca
Schumacher conseguiu vencer um título de virada.
Se manteve uma postura
contida nas entrevistas no
paddock, Alonso não conseguiu se segurar nos momentos decisivos da prova.
Assim que superou Schumacher, o espanhol fechou o
pulso e deu um pequeno soco
no ar. E quando parou o carro sob o pódio, foi à loucura
na vibração com a escuderia.
Primeiro, subiu em seu
carro e dobrou uma das pernas, num gesto combinado
com os amigos. "Imitei uma
fênix", explicou Alonso, referindo-se à ave mitológica que
renasce das cinzas.
Depois, pulou as grades
que os separavam dos companheiros de Renault e correu para abraçá-los.
Não houve como se segurar. O sangue espanhol falava
mais alto. Gritava.
(FSX)
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