São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com 98,6% de chance, Alonso fala em cautela

DO ENVIADO A SUZUKA

Apesar da vantagem confortável na tabela, da falta de antecedentes e dos 98,6% de chances de conquistar o bicampeonato dentro de duas semanas, Fernando Alonso evitou em Suzuka qualquer espécie de euforia, de comemoração antecipada.
E usava a infelicidade alheia como principal argumento para sua posição. "A mesma coisa que aconteceu com o Michael pode acontecer comigo. Você nunca sabe o que pode acontecer. Primeiro, tem que terminar a corrida. Só depois, olhar para o campeonato", disse.
Seu histórico recente também recomenda um quê de cautela. Das últimas cinco etapas, o espanhol abandonou duas. Na Hungria foi vítima de uma porca mal apertada que mandou uma roda pelos ares. Na Itália, deixou a prova com problema idêntico ao do alemão ontem: motor estourado.
"Ainda é um pouco cedo para entender o que houve aqui no Japão. Certamente estamos numa posição muito melhor do que antes porque precisávamos bater Schumacher, bater a Ferrari e isso tudo trouxe muita pressão para este final de semana", afirmou Alonso.
"As coisas estão mais fáceis, mas às vezes você não termina um GP por acidente, por falha mecânica, por má sorte... Às vezes você põe uma roda na grama... Então vamos nos concentrar", completou o espanhol.
O histórico mais antigo, porém, está ao lado do espanhol. Nunca, na história da F-1, um piloto conseguiu tirar uma desvantagem de dez pontos e virar o campeonato na última etapa. E nunca Schumacher conseguiu vencer um título de virada.
Se manteve uma postura contida nas entrevistas no paddock, Alonso não conseguiu se segurar nos momentos decisivos da prova.
Assim que superou Schumacher, o espanhol fechou o pulso e deu um pequeno soco no ar. E quando parou o carro sob o pódio, foi à loucura na vibração com a escuderia.
Primeiro, subiu em seu carro e dobrou uma das pernas, num gesto combinado com os amigos. "Imitei uma fênix", explicou Alonso, referindo-se à ave mitológica que renasce das cinzas.
Depois, pulou as grades que os separavam dos companheiros de Renault e correu para abraçá-los.
Não houve como se segurar. O sangue espanhol falava mais alto. Gritava. (FSX)


Texto Anterior: Ferrari quer Mundial como consolação
Próximo Texto: Resultado pode ajudar Massa no GP Brasil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.