PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O sucesso de mais de um terço dos 32 times que vão disputar a próxima Copa pode parar nas mãos de um compatriota.
Dez seleções já confirmaram que terão um técnico estrangeiro no comando. O Paraguai é outro que anunciou que terá um -o argentino Carlos Bianchi é o mais cotado. E Nigéria e Arábia Saudita também podem trocar o comando local por um forasteiro para o Mundial de 2002.
Na Copa de 1998, na França, dez seleções tiveram treinadores de outros países, mas a distribuição e o "conflito de interesses" que essa situação causa será muito maior no Japão e na Coréia do Sul.
No Mundial do ano que vem, todos os continentes têm pelos menos um time nacional comandado por um estrangeiro.
Até a tradicional Inglaterra decidiu recorrer a um profissional de fora das suas fronteiras.
Para trocar seu jogo aéreo característico por um estilo mais técnico, foi buscar o sueco Sven Goran Eriksson, que fez sucesso trabalhando em clubes italianos.
Dessa forma, Eriksson estará numa situação que irá "pipocar" na próxima Copa como nunca na história da competição.
Só na primeira fase, quatro partidas irão reunir seleções jogando contra rivais comandados por um de seus "filhos". Eriksson viverá essa situação no dia 2 de junho, quando seu time irá enfrentar, no Grupo F, sua Suécia.
Alexandre Guimarães, que está no comando da Costa Rica, também terá esse desafio pela frente, já que irá enfrentar o Brasil, onde nasceu, pelo Grupo C. Na abertura da Copa, no dia 31 de maio, será a vez de Bruno Metsu, que treina Senegal, desafiar a França, seu país de origem, pelo Grupo A.
O alemão Winfried Schafer, técnico de Camarões, não se sente nem um pouco mal de ter que jogar contra seu país, em partida do Grupo E. "Eu vou quebrar a boa reputação da Alemanha em Copas", afirmou após saber que teria de enfrentar sua nação.
O símbolo de que técnico não precisa mais ser da casa é Bora Milutinovic. O treinador, que nasceu na Iugoslávia, irá disputar em 2002, comandando a China, sua quinta Copa, todas elas por seleções diferentes.
Ele já foi ao Mundial com México, Costa Rica, EUA e Nigéria, mas nunca com sua terra natal.
Na Copa-2002, África do Sul, Coréia do Sul, Equador, Japão e Tunísia também terão treinadores nascidos em outros países.



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