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BASQUETE
Equipe pode ser barrada do Paulista-02 após perder todos seus 16 jogos no Paulista-01
Araçatuba, 0 vitória, faz vaquinha
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem contar com infra-estrutura
ou patrocínio, com folha salarial
de apenas R$ 2.100 e após se despedir do Paulista feminino de
basquete sem alcançar vitória
-perdeu todos os 16 jogos disputados-, o Araçatuba apela agora
até para uma ""vaquinha" entre a
população da cidade para tentar
permanecer na elite de São Paulo.
O objetivo é arrecadar os fundos
necessários para elevar o nível
técnico da equipe, afastar o perigo
de ser barrado da próxima edição
do Paulista e, assim, manter o
contato com times de ponta -o
Araçatuba não conseguiu vaga
para disputar o Nacional-2002.
O maior salário da equipe é de
R$ 500 e o menor, de R$ 200.
No início da temporada, ao
anunciar que o time não havia
conseguido patrocínio, o técnico
Nelson Luz, o Morto, 53, viu sua
equipe se esfacelar. Como resultado, só duas atletas do time adulto
continuaram em Araçatuba.
Para poder entrar em quadra, a
equipe foi completada com jogadoras do time juvenil.
""Às vezes, ficava triste [com a
campanha da equipe", mas entrávamos em quadra para fazer um
bom jogo, mesmo sabendo que
não íamos vencer", diz a pivô Fernanda Hartwig, 20, que até o ano
passado era juvenil. ""Mas teve o
lado bom, já que pude jogar no time principal e aprender."
A equipe está próxima de completar um ano sem vitórias no
Paulista. A última aconteceu em
19 de dezembro de 2000, em casa,
contra o Itatiba (80 a 66).
Morto já começou a arrecadar
dinheiro com amigos dispostos a
contribuir para a continuidade do
time. ""O maior valor que deram
[na vaquinha" foi R$ 500", afirma
o treinador, autor da iniciativa.
Tal quantia equivale ao ganho
mensal da atleta mais bem paga
do time. Aposentado, o técnico
não recebe salário.
Inicialmente, o presidente da
FPB (Federação Paulista de Basquete), Toni Chakmati, disse à
Folha que Araçatuba e Carapicuíba não participariam do Paulista
de 2002. Para o dirigente, o mau
rendimento das equipes prejudicava o nível técnico do torneio.
O time foi o nono e último colocado na competição. Carapicuíba,
campeão do Paulista há dois anos
quando fez parceria com o Paraná, ficou em oitavo lugar.
Apesar de querer barrar as equipes, posteriormente, Chakmati
admitiu mudar de idéia. Políticos
de Araçatuba entraram em contato com o dirigente tentando convencê-lo a manter o Araçatuba na
Série A-1 no ano que vem.
""Após saber de minha decisão,
um político da cidade me ligou.
Disse a ele que era aquilo mesmo,
que sem infra-estrutura, condições financeiras e técnicas não
permitiria que disputasse o Paulista, pois é uma perda de tempo
para os outros times. Apenas se a
situação mudar", diz Chakmati.
Luz admite que a vaquinha é só
um paliativo e planeja visitar, até
o final do ano, 30 empresas que
poderiam ser patrocinares para o
próximo ano. Além de reforços,
outro objetivo é dar melhores
condições de preparação ao grupo. A locomoção é uma delas.
""Enquanto os outros times viajam de ônibus-leito, com TV e ar-condicionado, nós não temos nada. Nosso ar-condicionado é abrir
a janela do busão para refrescar",
lamentou Morto.
Colaborou Adalberto Leister Filho, da
Reportagem Local
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