São Paulo, quinta-feira, 10 de março de 2005

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Técnico corintiano reforça ano dos capitães das Copas

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem foi rei nunca perde a majestade. Basta pegar os postos atuais de trabalho dos homens que ergueram a taça de campeão da Copa do Mundo desde 1970 para perceber que os imortais capitães mantêm em dia a liderança.
Apesar da estréia desastrosa de ontem, a ascensão recente do ex-zagueiro argentino Daniel Passarel-la ao cargo de técnico do Corinthians no momento em que o clube vive sua fase mais efervescente consolida a tendência, cuja única exceção é Maradona, que sofre com problemas de saúde.
Passarella, apelidado de "Grande Capitão", levantou a Taça Fifa em 1978 e é o único homem de seu país que venceu duas Copas como jogador. Famoso pelo poder de comando, guiou já as seleções de Argentina e Uruguai, mas nos últimos anos saiu um pouco do foco mundial ao treinar um clube mexicano (Monterrey). Seu nome de peso, porém, atraiu a MSI, parceira corintiana que busca internacionalizar o clube paulistano.
Quase da mesma forma, a seleção do Azerbaijão conseguiu um pouco mais de visibilidade ao contratar o brasileiro Carlos Alberto Torres, o capitão do tri, para as eliminatórias da Copa-2006.
O próximo Mundial, aliás, é uma vitória de outro capitão. O alemão Franz Beckenbauer, homem que ergueu a Taça Fifa pela primeira vez, em 1974, ganhou depois uma Copa como técnico (1990) e uma como dirigente -comanda a organização do Mundial-2006. Além de ocupar a presidência do Bayern de Munique, o "Kaiser" virou pessoa influente tanto na Fifa quanto no G14, grupo que reúne os clubes mais poderosos da Europa.
Dino Zoff, italiano que segurou a Copa de 1982 no gol da Azzurra, virou comandante de Juventus, Lazio e até da seleção italiana após encerrar a carreira nos gramados. Hoje, está à frente da Fiorentina, ex-grande que já faliu e ainda tenta se reerguer na Série A italiana.
O alemão Lothar Matthäus, o capitão da Copa de 90, também partiu para a carreira de treinador. Jogador que mais atuou em Mundiais (no total, foram 25 jogos em cinco edições), ele tenta reconduzir a Hungria a uma Copa depois de duas décadas.
O brasileiro Dunga, por sua vez, virou conselheiro do Jubilo Iwata no Japão. Como Cafu, lidera uma fundação que atende crianças carentes. O capitão do tetra segue presente no cenário internacional, atuando por vezes em seleções masters (despedida de Romário). Foi convidado para escrever coluna para tradicional publicação alemã até a Copa de 2006.
O herói francês de 1998 foi Didier Deschamps, ex-volante que ontem dirigiu seu Monaco diante do PSV na Copa dos Campeões. Seu pulso firme já havia levado na temporada passada o clube francês à nobre decisão na Europa -neste ano, caiu nas oitavas.
Os capitães campeões de Copas antes de 1970 não puderam aproveitar muito o glamour e a badalação do futebol contemporâneo, mas Giuseppe Meazza, por exemplo, dá nome a estádio em Milão.
Maradona, que recentemente fez cirurgia para perder peso na Colômbia, se mantém mais no noticiário por escândalos ou por seu tratamento em Cuba contra a dependência química.


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