São Paulo, quinta-feira, 10 de março de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Eleições de paraolímpicos, futsal, tênis e tiro têm contestações

Ações na Justiça implodem comando e param esportes

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Casuísmos eleitorais, contestações judiciais e duplo comando.
As eleições de alguns esportes mostram que brechas no estatuto dificultam a alternância de poder e paralisam a administração de entidades importantes, como tiro, tênis, futsal e a paraolímpica.
O último pleito a ser decidido nos tribunais é o da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo. Frederico Costa foi eleito na segunda, com apoio de 16 dos 19 Estados filiados. Dois deles (PB e AL) votaram separado por não terem sido legalizados a tempo. "Mas isso não altera o resultado", diz Costa.
Porém, alegando necessidade de examinar o caso, Durval Guimarães, presidente da entidade, pediu o adiamento da disputa.
Desde então, a sede da CBTE, no Rio, está fechada. A Folha procurou Guimarães e foi informada de que ele embarcou anteontem para Buenos Aires. "Não contestamos as contas do Durval. Só queremos direcionar melhor essa verba", relata Costa, que pediu liminar para assumir a presidência.
O COB diz que "espera que a situação se resolva o mais rápido possível". O caso mais esdrúxulo é o do comitê paraolímpico. Desde que a eleição foi cancelada pelo Conselho Deliberativo, dois dirigentes se dizem presidente.
Vital Severino Neto, apoiado pela Assembléia Geral, teve mandato ampliado. Já Ciraldo Reis assumiu por decisão do conselho.
Com comando duplo, o CPB nomeou duas comissões eleitorais, que marcaram disputas eleitorais em datas diferentes. "Não sei se inscrevo minha chapa na eleição de 16 ou na de 18 de abril. É cômico", espanta-se José Amaury Russo, o candidato da oposição.
O futsal vive caso parecido. Há dois meses, a confederação realizou duas eleições, que elegeram duas chapas. Aécio Borba e o oposicionista Carlos Bittencourt ainda lutam na Justiça. Borba conseguiu em fevereiro, na Justiça do Ceará, anular o pleito que elegeu o rival. Mas o caso permite recurso.
No tênis, Jorge Lacerda da Rosa, eleito em dezembro, já teve seu poder ameaçado pela Justiça. Em fevereiro, foi afastado por dois dias, sob alegação de irregularidades na eleição. Em seu lugar assumiu Eduardo Nakamiti, ligado ao ex-presidente Nelson Nastás.
E o tênis é um dos casos mais graves na dificuldade de arrumar patrocínio. "Ninguém quer pôr seu dinheiro em uma entidade que você não sabe quem vai ser o presidente amanhã", conta Rosa. Ele diz que são "remotas" as chances de o grupo de Nastás reassumir o poder. "Mas vai explicar isso para um patrocinador", diz ele, que calcula as dívidas da CBT em US$ 1 milhão.
No CPB, a Caixa Econômica Federal anunciou a intenção de renovar o contrato até 2008. Em 2004, o banco pagou R$ 1 milhão. Em 2005, deve dar R$ 2,5 milhões -aguarda só a definição do imbróglio. O mesmo ocorre com os Correios, que quer renovar com o futsal por R$ 6 milhões. (ALF)


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