São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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LAR DOCE LAR

Otimista, Vila "se esquece" do São Paulo

Placar eletrônico festeja antes do jogo, e torcida informa aos jogadores resultado em Mogi

DOS ENVIADOS A SANTOS

Eram 14h59 em Santos, faltava mais de uma hora para o começo da partida e o placar eletrônico, despercebido pelos torcedores àquela altura, anunciava: "Parabéns Campeão Paulista de 2006".
Nas arquibancadas, com apenas um pequeno setor dedicado a não mais que 200 torcedores adversários, a promessa era de apoio maciço. "É difícil imaginar que alguém resista a uma pressão como essa", disse o torcedor Jardel Branco de Araújo.
Assim, otimista e parcial, a Vila Belmiro saboreou seu dia mais festivo desde 1965, quando havia visto pela última vez a conquista de um campeonato importante. Apesar da influência que o resultado do São Paulo poderia ter na competição, a diretoria santista blindou seu estádio e transmitiu aos torcedores apenas informações sobre a partida que eles viam.
Havia, porém, os radinhos de pilha colados aos ouvidos dos torcedores. Torcedores colados ao alambrado. Alambrado, na Vila, colado ao campo e aos jogadores. Que, assim, informados pela torcida, souberam, em campo, da efêmera liderança do São Paulo na tabela da competição.
"Mas correu tudo bem. O mais importante é que mantivemos a calma e soubemos vencer", disse Kléber, lateral-esquerdo, ontem atuando como ala, o que, pelas circunstâncias, fez dele um dos mais bem informados no gramado.
Se houve calma em campo, nas arquibancadas houve certa pasmaceira em dois momentos. O primeiro deles, logo no começo do jogo, após a disparada de gols do São Paulo sobre o Ituano em Mogi. E que foi interrompida com os gritos em comemoração ao gol de Cléber Santana.
Depois, o estádio ficou catatônico entre o fim do jogo e a chegada do helicóptero trazendo a taça. Solução encontrada pela Federação Paulista de Futebol para levar o troféu ao interior ou ao litoral, um helicóptero decolou de São Paulo no final da partida.
A demora, porém, causou situações inusitadas. Chegou um ponto em que os atletas, mesmo sem a taça, deram uma volta olímpica. Com metade do gramado reservada para o pouso, a festa foi limitada às arquibancadas do fundo do estádio, longe do espaço reservado à Torcida Jovem, maior organizada do clube.
Esse segundo momento de apatia da torcida foi quebrado às 18h21, com a chegada do helicóptero. Entre o pouso, a descida da taça e a decolagem, passou-se menos de um minuto. E só então os jogadores puderam ver a conquista materializada nas mãos.
Reflexo da falta de ídolos, a torcida não elegeu um ou outro jogador como o grande responsável pela conquista -o que aconteceu de forma clara com o artilheiro Serginho Chulapa na campanha de 84.
Gritou, um a um, os nomes dos participantes do campeonato, incluindo o contundido Jonas e os suspensos Luís Alberto e Manzur. (FSX E TT)


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