|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LAR DOCE LAR
Otimista, Vila "se esquece" do São Paulo
Placar eletrônico festeja antes do jogo, e torcida informa aos jogadores resultado em Mogi
DOS ENVIADOS A SANTOS
Eram 14h59 em Santos, faltava mais de uma hora para o começo da partida e o placar eletrônico, despercebido pelos
torcedores àquela altura, anunciava: "Parabéns Campeão
Paulista de 2006".
Nas arquibancadas, com apenas um pequeno setor dedicado
a não mais que 200 torcedores
adversários, a promessa era de
apoio maciço. "É difícil imaginar que alguém resista a uma
pressão como essa", disse o torcedor Jardel Branco de Araújo.
Assim, otimista e parcial, a
Vila Belmiro saboreou seu dia
mais festivo desde 1965, quando havia visto pela última vez a
conquista de um campeonato
importante. Apesar da influência que o resultado do São Paulo poderia ter na competição, a
diretoria santista blindou seu
estádio e transmitiu aos torcedores apenas informações sobre a partida que eles viam.
Havia, porém, os radinhos de
pilha colados aos ouvidos dos
torcedores. Torcedores colados
ao alambrado. Alambrado, na
Vila, colado ao campo e aos jogadores. Que, assim, informados pela torcida, souberam, em
campo, da efêmera liderança
do São Paulo na tabela da competição.
"Mas correu tudo bem. O
mais importante é que mantivemos a calma e soubemos vencer", disse Kléber, lateral-esquerdo, ontem atuando como
ala, o que, pelas circunstâncias,
fez dele um dos mais bem informados no gramado.
Se houve calma em campo,
nas arquibancadas houve certa
pasmaceira em dois momentos. O primeiro deles, logo no
começo do jogo, após a disparada de gols do São Paulo sobre
o Ituano em Mogi. E que foi interrompida com os gritos em
comemoração ao gol de Cléber
Santana.
Depois, o estádio ficou catatônico entre o fim do jogo e a
chegada do helicóptero trazendo a taça. Solução encontrada
pela Federação Paulista de Futebol para levar o troféu ao interior ou ao litoral, um helicóptero decolou de São Paulo no final da partida.
A demora, porém, causou situações inusitadas. Chegou um
ponto em que os atletas, mesmo sem a taça, deram uma volta olímpica. Com metade do
gramado reservada para o pouso, a festa foi limitada às arquibancadas do fundo do estádio,
longe do espaço reservado à
Torcida Jovem, maior organizada do clube.
Esse segundo momento de
apatia da torcida foi quebrado
às 18h21, com a chegada do helicóptero. Entre o pouso, a descida da taça e a decolagem, passou-se menos de um minuto. E
só então os jogadores puderam
ver a conquista materializada
nas mãos.
Reflexo da falta de ídolos, a
torcida não elegeu um ou outro
jogador como o grande responsável pela conquista -o
que aconteceu de forma clara
com o artilheiro Serginho Chulapa na campanha de 84.
Gritou, um a um, os nomes
dos participantes do campeonato, incluindo o contundido
Jonas e os suspensos Luís Alberto e Manzur.
(FSX E TT)
Texto Anterior: O personagem: Ex-presidente agora segue gestão do filho Próximo Texto: Futebol: Limitado, Santos se supera sem Robinho Índice
|