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AÇÃO
Mano a mano
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
No domingo passado, Fiji
foi palco para o que já tem
sido por muitos considerado o
melhor duelo realizado durante o
último round de uma etapa de
WCT. Os protagonistas foram
Andy Irons e Damien Hobgood.
E, para a surpresa geral, o atual
campeão mundial, mesmo surfando impecavelmente, perdeu
para Damien, que conquistou a
maior vitória de sua carreira.
O mar colaborou para o grande
desfecho dessa história e permaneceu quebrando com sólidos e
tubulares de 2,5 m. O primeiro a
remar para uma onda foi Andy, e
ali mesmo ele mostrou que dificilmente deixaria Damien levantar
o caneco. "Quando vi que ele ia
dropar antes de mim, fiquei furioso", explicou o vencedor. "Aí vi
uma onda perfeita vindo na direção dele e fiquei ainda mais furioso. Mas a seguinte foi ainda melhor, quem poderia imaginar?"
No final, Andy parecia conformado. "O que eu posso fazer? O
cara estava endiabrado hoje",
disse ele, referindo-se às notas de
Damien: um 10 e um 9,9. No total,
a maior pontuação já efetuada
numa final de WCT. Mas a bateria decisiva poderia ter sido ainda
mais peculiar se Andy não tivesse
tirado da disputa numa das semifinais o irmão gêmeo de Damien,
C.J., que ficou em terceiro lugar.
Embora disputas tão fraternas
não sejam raras no WCT (além
dos Hobgood, Andy tem um irmão competindo e, até o ano passado, tínhamos os irmãos Padaratz), teria sido divertido assistir
a uma bateria derradeira duelada por gêmeos idênticos.
Até a espetacular vitória em Fiji, o melhor resultado da carreira
de Damien havia sido um segundo lugar em Jeffrey's Bay, na África do Sul, no ano passado. Já C.J.,
mesmo tendo conquistado apenas uma vitória na carreira, ficou
com o título antecipado do Mundial de 2001, que foi interrompido
na metade por conta dos atentados terroristas em Nova York. Seja como for, se os irmãos Hobgood
continuarem nessa toada, o dia
em que assistiremos a uma final
entre gêmeos certamente chegará.
Enquanto isso, no feminino, a
australiana Layne Beachley encontrou uma pedra no caminho
de seu sétimo e histórico título.
A pedra é peruana e se chama
Sofia Mulanovich. Sofia, surfando espetacularmente, simplesmente venceu as três últimas etapas do WCT (a mais recente, no
final de maio, na França), deixando na poeira a atual campeã
(que está numa disputa particular com o americano e também
hexacampeão mundial Kelly Slater pelo sétimo título) e também
Rochelle Ballard e Keala Kennely.
Apesar da abençoada fase da
peruana, a brasileira Jaqueline
Silva, que faturou a primeira etapa do WCT deste ano, segue forte
no terceiro lugar do ranking. Já
Layne, depois da etapa francesa,
caiu para a quarta colocação. Em
segundo, a veterana Rochelle. E,
para quem pensa que ver uma
surfista peruana no topo do mundo é feito inédito, vale lembrar
que em uma das primeiras competições internacionais, o World
Contest in Peru, realizado em 65,
Felipe Pomar ficou com o título e
o status de campeão mundial.
Mundial de skate
Sandro Dias ficou só em oitavo no Vans Triple Crown, disputado em
Cleveland, nos EUA, mas segue líder no ranking. Ele voltou a executar o 900º e venceu o best trick. Bucky Lasek ganhou a prova.
Brasileiro de windsurfe
Heptacampeão brasileiro e atual detentor do título em cinco categorias, Wilhelm Schürmann é o grande favorito para a prova da categoria Fórmula, que começa hoje em Fernando de Noronha (PE).
Costa a costa
Além da equipe Extra Distance (quatro atletas), o Brasil terá na
RAAM, prova ciclística que cruza os EUA, a dupla Marcos de Faria/
Ronaldo Mattar, da Team TBW Brasil. A largada será no dia 21.
E-mail sarli@trip.com.br
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