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Cúpula da Fifa tenta barrar projeto que democratiza eleições
Proposta inclui jogadores e treinadores na escolha do chefe das federações nacionais
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO
A cúpula da Fifa articula-
-se para brecar uma tentativa
de democratização do futebol às vésperas da Copa.
A maioria dos membros do
Comitê Executivo da entidade atua para barrar o aumento do colégio eleitoral das
confederações nacionais.
Pelo projeto, clubes, jogadores, árbitros e equipe de
apoio (treinadores e médicos) poderiam ter participação direta ou indireta no congresso das associações.
Na prática, isso significaria, por exemplo, que a eleição do presidente da CBF teria participação dessas pessoas e clubes. Hoje, só os clubes e as federações estaduais
votam para o cargo.
Essa ideia foi apresentada
no último congresso da Fifa,
no ano passado. Trata-se de
uma alteração no artigo décimo do estatuto da entidade.
Pela pauta atual, esse projeto irá a votação hoje na sessão com os 208 membros. Se
aprovado, vai se tornar obrigatório para as associações.
"Portanto, deveria ser estipulado nos estatutos das
associações que todos os
membros deveriam estar representados, direta ou indiretamente, no congresso",
explica a proposta.
Só que os membros do Comitê Executivo se deram conta de que isso pode lhes tirar
poder. Alguns ficaram até
surpresos pelo fato de o assunto ter entrado em pauta.
Para chegar a votação, a
proposta passou pela cúpula
da Fifa, que conta só com 25
membros. Mas alguns deles
alegaram desconhecê-la.
A partir daí, iniciou-se a articulação entre as confederações continentais para retirá--la de pauta. Até o final da
noite de ontem, não ficou claro se a manobra obteve êxito.
Ontem, os membros do comitê estiveram na cerimônia
de abertura do congresso,
com shows e homenagens a
cartolas e jogadores.
A Fifa tem como característica a concentração de poder em seu Comitê Executivo,
que decide, por exemplo, onde é a Copa.
(RODRIGO MATTOS)
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