|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Materazzi muda lógica e decide
Zagueiro que tem fama de violento faz gol da Itália, leva cabeçada de Zidane e não falha nos pênaltis
Técnico francês aponta o defensor como o homem do jogo, por ele ter participado diretamente dos principais lances da decisão da Copa
DOS ENVIADOS A BERLIM
Materazzi era até a Copa sinônimo de pancada, até mesmo
no viril Italiano. Mas termina
como autor de gol na final, tanto no tempo normal como na
disputa de pênaltis, e como vítima do habilidoso Zidane.
O zagueiro da Inter de Milão
estreou no Mundial na terceira
partida com a dura missão de
substituir Nesta, considerado o
melhor defensor do mundo.
Entrou no 17º minuto do crucial jogo com a República Tcheca e, além de não comprometer,
fez o gol de abertura do placar.
De cabeça, sua especialidade,
pois tem 1,93 m. O gol de empate que marcou na decisão foi
nesse estilo: bola parada, bola
alçada à área, bola na rede.
Aos 32 anos, ele ainda se consagrou ontem na disputa de pênaltis. Converteu a segunda cobrança italiana, batendo forte
no canto esquerdo de Barthez.
Mas o jogo contra os franceses começou de forma negativa
para Materazzi. Em disputa na
área com Malouda no sétimo
minuto, ele tentou recolher a
perna, mas o árbitro Horacio
Elizondo assinalou pênalti.
Além de fazer seu segundo
gol nesta Copa -foi um dos artilheiros da Azzurra na disputa-, participou diretamente do
lance mais tenso do jogo. Proferiu algumas palavras a Zidane e
recebeu uma cabeçada do francês. Tirou o melhor jogador do
adversário de campo.
""O Materazzi foi o homem do
jogo porque provocou a expulsão", disse o técnico da França,
Raymond Domenech, que criticou a escolha do volante Pirlo
como o melhor da partida.
O mais novo herói do "calcio"
é apelidado de ""Matrix", mas
alguns o rotulam como ""assassino", pela fama de violento.
Ele fracassou quando jogou fora da Itália, no inglês Everton.
Participou da Copa de 2002,
quando a Itália caiu nas oitavas.
O zagueiro, que havia dito antes da final que a melhor partida de sua vida tinha sido contra
os tchecos na primeira fase,
tem vários de seus lances mais
toscos reunidos em um famoso
vídeo na internet. "Eu não sou
um demônio. Não sei quantas
vezes contaram para meus filhos na escola que eu era um
monstro", reclamou ele.
Materazzi, que tem tatuagem
homenageando os filhos, começou a carreira no Marsala,
de quarta divisão, e passou por
Trapani e Perugia antes de chegar à Inter. ""Você comete erros
na vida. Mas então você purifica a si mesmo", falou Materazzi, que colocou na Taça Fifa
chapéu da Itália.
(FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, GUILHERME ROSEGUINI,
RODRIGO BUENO E RICARDO PERRONE)
Texto Anterior: COPA 2OO6 Itália tetracampeã Próximo Texto: Zidane ajuda rival na briga por prêmio Índice
|