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Ginástica sonha com mais verba após êxito
CBG festeja quinto lugar e duas medalhas no Mundial
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil passou em branco
nas finais de ontem do Mundial
de ginástica artística em Stuttgart (Alemanha), mas a delegação volta para casa com duas
medalhas e a melhor posição na
classificação do torneio. E na
expectativa de que isso atraia
verbas para o esporte.
O ouro de Diego Hypólito, no
solo, e o bronze de Jade Barbosa, no individual geral, deixaram o país em quinto lugar, à
frente de adversários com tradição no esporte, entre eles
Rússia, Romênia e Japão.
E a façanha histórica foi obtida no maior Mundial de todos
os tempos, que reuniu 551 ginastas de 81 países e, a exemplo
de 2006, viu a China terminar
na ponta, com oito medalhas.
"Foi um resultado maravilhoso, superpositivo. Pela primeira vez, conquistamos duas
medalhas. Ainda mais num
Mundial como este, um Pré-Olímpico", afirmou Eliane
Martins, supervisora da Confederação Brasileira de Ginástica.
Até então, o melhor resultado era o do Mundial de 2003,
em Anaheim (EUA), quando o
ouro de Daiane dos Santos deixou o Brasil em sexto lugar.
Após o maior investimento
para participar de um Mundial,
de R$ 200 mil -número irrisório perto de cifras do futebol-,
CBG e ginastas esperam que os
resultados tragam investidores
à modalidade.
"Nossos resultados despertam comentários, chamam
mais a atenção. Vamos ver
quando voltarmos se conseguimos algo", afirma Eliane.
Hoje a confederação dispõe
das verbas da Lei Piva e do patrocínio da Caixa Econômica
Federal para tocar seus projetos. E muitos atletas não ostentam patrocínios, caso de Jade.
"Já tem algumas empresas
interessadas, desde financeiras
até grife de roupas. Mas a grande maioria quer muito da Jade
e oferece pouco a ela", diz César
Barbosa, pai da principal ginasta do Brasil no Mundial.
Com a ajuda de Jade, 16, a seleção feminina classificou-se à
Olimpíada de 2008 e ainda obteve uma histórica quinta colocação na final por equipes.
Principal aposta do técnico
Oleg Ostapenko para o ano que
vem, a ginasta carioca faturou o
primeiro pódio brasileiro fora
do solo -das seis medalhas em
Mundiais, cinco foram na modalidade-, com o bronze no individual geral.
Ela ainda participou das finais do salto, anteontem, no
qual acabou em quinto lugar, e
da trave, ontem, quando sentiu
o cansaço, registrou uma queda
no aparelho e acabou na sétima
colocação, com 14,575 -Anastasia Liukin (EUA) venceu com
16,025. "A Jade já estava bastante cansada", diz Eliane.
A CBG diz que começará nesta semana a definir o plano para
a Olimpíada, já com base no
torneio-teste em Pequim, em
novembro, quando levará um
atleta do masculino (Diego
Hypólito) e duas do feminino.
"Agora é treinar o dobro para
melhorar tudo", diz Diego.
Uma das ações da CBG será
ampliar o número de ginastas
da seleção feminina permanente, que hoje tem nove.
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