São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Ginástica sonha com mais verba após êxito

CBG festeja quinto lugar e duas medalhas no Mundial

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil passou em branco nas finais de ontem do Mundial de ginástica artística em Stuttgart (Alemanha), mas a delegação volta para casa com duas medalhas e a melhor posição na classificação do torneio. E na expectativa de que isso atraia verbas para o esporte.
O ouro de Diego Hypólito, no solo, e o bronze de Jade Barbosa, no individual geral, deixaram o país em quinto lugar, à frente de adversários com tradição no esporte, entre eles Rússia, Romênia e Japão.
E a façanha histórica foi obtida no maior Mundial de todos os tempos, que reuniu 551 ginastas de 81 países e, a exemplo de 2006, viu a China terminar na ponta, com oito medalhas.
"Foi um resultado maravilhoso, superpositivo. Pela primeira vez, conquistamos duas medalhas. Ainda mais num Mundial como este, um Pré-Olímpico", afirmou Eliane Martins, supervisora da Confederação Brasileira de Ginástica.
Até então, o melhor resultado era o do Mundial de 2003, em Anaheim (EUA), quando o ouro de Daiane dos Santos deixou o Brasil em sexto lugar.
Após o maior investimento para participar de um Mundial, de R$ 200 mil -número irrisório perto de cifras do futebol-, CBG e ginastas esperam que os resultados tragam investidores à modalidade.
"Nossos resultados despertam comentários, chamam mais a atenção. Vamos ver quando voltarmos se conseguimos algo", afirma Eliane.
Hoje a confederação dispõe das verbas da Lei Piva e do patrocínio da Caixa Econômica Federal para tocar seus projetos. E muitos atletas não ostentam patrocínios, caso de Jade.
"Já tem algumas empresas interessadas, desde financeiras até grife de roupas. Mas a grande maioria quer muito da Jade e oferece pouco a ela", diz César Barbosa, pai da principal ginasta do Brasil no Mundial.
Com a ajuda de Jade, 16, a seleção feminina classificou-se à Olimpíada de 2008 e ainda obteve uma histórica quinta colocação na final por equipes.
Principal aposta do técnico Oleg Ostapenko para o ano que vem, a ginasta carioca faturou o primeiro pódio brasileiro fora do solo -das seis medalhas em Mundiais, cinco foram na modalidade-, com o bronze no individual geral.
Ela ainda participou das finais do salto, anteontem, no qual acabou em quinto lugar, e da trave, ontem, quando sentiu o cansaço, registrou uma queda no aparelho e acabou na sétima colocação, com 14,575 -Anastasia Liukin (EUA) venceu com 16,025. "A Jade já estava bastante cansada", diz Eliane.
A CBG diz que começará nesta semana a definir o plano para a Olimpíada, já com base no torneio-teste em Pequim, em novembro, quando levará um atleta do masculino (Diego Hypólito) e duas do feminino. "Agora é treinar o dobro para melhorar tudo", diz Diego.
Uma das ações da CBG será ampliar o número de ginastas da seleção feminina permanente, que hoje tem nove.


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