São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Em Monza, McLaren festeja no escuro

Após final de semana perfeito, com Alonso e Hamilton no alto do pódio na casa do rival, time espera julgamento da FIA

Entidade que comanda o automobilismo se reúne na quinta-feira, em Paris, para analisar novas evidências no escândalo de espionagem

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA

O GP da Itália ainda não havia chegado ao fim quando os "tifosi" que tingiram de vermelho as arquibancadas do circuito de Monza começaram a deixar seus lugares. Não quiseram esperar para ver a McLaren de Fernando Alonso cruzar a linha de chegada e coroar ontem um final de semana perfeito: pole, melhor volta e vitória.
Não assistiram ao choro de Ron Dennis ao ver Lewis Hamilton chegar em segundo e dar à escuderia sua quarta dobradinha na temporada. E perderam também a festa desanimada do ferrarista Kimi Raikkonen, que completou o pódio.
Mas viram o abandono de Felipe Massa na 10ª volta, resultado que o fez cair para quarto no Mundial e que praticamente relegou à dupla da McLaren a disputa pelo título.
"Foi uma vitória muito, muito especial. Sempre quis vencer aqui em Monza", disse Alonso após o 19º triunfo na carreira. "Ganhar aqui, com toda essa gente... sei que a maioria é ferrarista, mas acima disso eles são fãs de F-1. Eles amam F-1 na Itália e é ótimo ter vencido aqui", completou ele.
Agora, a quatro etapas do fim do Mundial, ele está apenas três pontos atrás de Hamilton.
"A diferença diminuiu mas na verdade nada muda. Qualquer coisa pode acontecer nas próximas corridas", falou o bicampeão. "Disse que encararia as cinco últimas provas como finais. Sei que os próximos finais de semana podem ser difíceis, mas o que não pode mudar é meu nível de concentração e meu modo de lutar pelo título."
Se repetir a atuação de ontem, Alonso pode estar mesmo perto do tri. Da pole, ele manteve a ponta e viu Massa ultrapassar Hamilton na largada, mas devolver o segundo posto ao inglês na primeira curva.
Com um carro equilibrado e uma estratégia conservadora, Alonso só perdeu a liderança após a primeira de suas duas paradas. Raikkonen, que saltou de quinto para quarto após a largada e depois terceiro, com a quebra de Massa, assumiu o posto -fizera só um pit stop.
Alonso retomou-o assim que o finlandês foi aos boxes. Mas o momento mais emocionante foi na 42ª volta, quando Hamilton, que perdera o segundo lugar para Raikkonen após o segundo pit, ultrapassou o rival.
"Teria tentando segurá-lo se tivesse alguma chance. Mas não tinha", disse o finlandês.
Líder, Alonso foi soberano até o fim. "Não tive problemas com o carro, tudo foi perfeito nas paradas, com os pneus. Foi uma daquelas tardes em que você se diverte correndo porque todo o resto está bem."
Não é bem verdade. O clima na McLaren não é dos melhores. Além da guerra declarada entre seus pilotos, esta é uma semana crucial para o time. Na quinta, em Paris, o Conselho Mundial da FIA se reunirá para analisar as novas evidências no escândalo de espionagem.
E, como Hamilton deixou claro após a corrida, as coisas podem piorar. "Se você pára e pensa, tudo o que eu e a equipe trabalhamos duro para conseguir pode ser tirado de nós."


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