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Em Monza, McLaren festeja no escuro
Após final de semana perfeito, com Alonso e Hamilton no alto do pódio na casa do rival, time espera julgamento da FIA
Entidade que comanda o automobilismo se reúne na quinta-feira, em Paris, para analisar novas evidências no escândalo de espionagem
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA
O GP da Itália ainda não havia chegado ao fim quando os
"tifosi" que tingiram de vermelho as arquibancadas do circuito de Monza começaram a deixar seus lugares. Não quiseram
esperar para ver a McLaren de
Fernando Alonso cruzar a linha
de chegada e coroar ontem um
final de semana perfeito: pole,
melhor volta e vitória.
Não assistiram ao choro de
Ron Dennis ao ver Lewis Hamilton chegar em segundo e
dar à escuderia sua quarta dobradinha na temporada. E perderam também a festa desanimada do ferrarista Kimi Raikkonen, que completou o pódio.
Mas viram o abandono de
Felipe Massa na 10ª volta, resultado que o fez cair para
quarto no Mundial e que praticamente relegou à dupla da
McLaren a disputa pelo título.
"Foi uma vitória muito, muito especial. Sempre quis vencer
aqui em Monza", disse Alonso
após o 19º triunfo na carreira.
"Ganhar aqui, com toda essa
gente... sei que a maioria é ferrarista, mas acima disso eles
são fãs de F-1. Eles amam F-1
na Itália e é ótimo ter vencido
aqui", completou ele.
Agora, a quatro etapas do fim
do Mundial, ele está apenas
três pontos atrás de Hamilton.
"A diferença diminuiu mas
na verdade nada muda. Qualquer coisa pode acontecer nas
próximas corridas", falou o bicampeão. "Disse que encararia
as cinco últimas provas como
finais. Sei que os próximos finais de semana podem ser difíceis, mas o que não pode mudar
é meu nível de concentração e
meu modo de lutar pelo título."
Se repetir a atuação de ontem, Alonso pode estar mesmo
perto do tri. Da pole, ele manteve a ponta e viu Massa ultrapassar Hamilton na largada, mas
devolver o segundo posto ao inglês na primeira curva.
Com um carro equilibrado e
uma estratégia conservadora,
Alonso só perdeu a liderança
após a primeira de suas duas
paradas. Raikkonen, que saltou
de quinto para quarto após a
largada e depois terceiro, com a
quebra de Massa, assumiu o
posto -fizera só um pit stop.
Alonso retomou-o assim que
o finlandês foi aos boxes. Mas o
momento mais emocionante
foi na 42ª volta, quando Hamilton, que perdera o segundo lugar para Raikkonen após o segundo pit, ultrapassou o rival.
"Teria tentando segurá-lo se
tivesse alguma chance. Mas
não tinha", disse o finlandês.
Líder, Alonso foi soberano
até o fim. "Não tive problemas
com o carro, tudo foi perfeito
nas paradas, com os pneus. Foi
uma daquelas tardes em que
você se diverte correndo porque todo o resto está bem."
Não é bem verdade. O clima
na McLaren não é dos melhores. Além da guerra declarada
entre seus pilotos, esta é uma
semana crucial para o time. Na
quinta, em Paris, o Conselho
Mundial da FIA se reunirá para
analisar as novas evidências no
escândalo de espionagem.
E, como Hamilton deixou
claro após a corrida, as coisas
podem piorar. "Se você pára e
pensa, tudo o que eu e a equipe
trabalhamos duro para conseguir pode ser tirado de nós."
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