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ADMINISTRAÇÃO
Orçamento exclui programa de R$ 200 mi, pois documento que garantiria verba está parado na Casa Civil
Conta de ministério omite projeto de Lula
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
A unidade orçamentária do Ministério do Esporte para o próximo ano que está no Congresso
Nacional exclui o programa de fomento ao esporte de base, anunciado por Lula em 2004 e cujo valor atingiria os R$ 200 milhões.
O programa fora apresentado
pelo presidente em setembro do
ano passado como uma espécie
de contrapartida, depois que o
governo federal frustrou os atletas
olímpicos ao descartar uma lei de
incentivo fiscal para o alto rendimento. Antes, Lula havia reiterado publicamente que iria fazê-lo.
Se não existe previsão de verba
para o programa de fomento à base, o documento pede valor superior a R$ 260 mil para o Pan-07. O
pedido é justificado por gastos
com despesas com a instalação de
infra-estrutura tecnológica, física
e com o Parapan-Americano.
No total, o ministério requisita
para todas as suas atividades no
próximo ano soma superior a R$
387 milhões. Trata-se de mais do
que o dobro do que fora originalmente pedido para 2005 este ano.
Tal valor deve aumentar por
causa de emendas de parlamentares referentes a obras ligadas à
área esportiva. No entanto, mesmo que aprovados, os números
do orçamento estarão sujeitos a
contingenciamento de verbas,
conforme já aconteceu este ano.
De R$ 631 milhões, aprovados
pelo Congresso e já com as emendas, encolheu para R$ 89 milhões.
Apesar de o presidente Lula ter
anunciado que o Esporte passaria
a contar com R$ 200 milhões para
serem investidos na base a partir
deste ano via dotação orçamentária, em 2006 tal verba seria garantida via um projeto de lei que está
na Casa Civil, a Folha apurou.
No início do ano, o ministro do
Esporte, Agnelo Queiroz, minimizou a frustração dos atletas pelo fato de uma lei de incentivo fiscal ter dado lugar ao programa de
fomento à base. Ponderou que a
prioridade é financiar a base, mas,
na oportunidade, ressaltou que
""não adianta afirmar que a base é
a prioridade e não ter recurso".
Neste ano, o programa de fomento à base não chegou a decolar. Dos R$ 200 milhões prometidos por Lula, o valor caiu para R$
30 milhões após o contingenciamento. Por fim, no final de junho,
o ministério informou que, por
falta de verba, o programa de fomento à base sofreria restrições,
pois o programa social Segundo
Tempo é prioridade da pasta.
O Tribunal de Contas da União
já alertou que o ministério fere a
constituição ao direcionar grande
parte dos investimentos para atletas e modalidades de alto nível.
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