DA SUCURSAL DO RIO

O ex-técnico da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo vai depor hoje, às 13h, na Justiça Federal do Rio de Janeiro, no processo em que é acusado de sonegação fiscal, nos anos de 1993 a 1997.
Luxemburgo deve cerca de R$ 1,4 milhão à Receita Federal. Ele será ouvido pela juíza Valéria Caldi Magalhães, titular da 8ª Vara Federal Criminal.
Procurado diversas vezes por oficiais de Justiça que pretendiam notificá-lo da data do depoimento, o treinador não foi encontrado.
A juíza acabou determinando a sua citação por edital, no "Diário Oficial" e em jornais de grande circulação do Rio. O procedimento é adotado apenas em casos extremos.
A estudante de direito Renata Carla Moura Alves, que afirma ter trabalhado para Luxemburgo, também é ré na ação. Renata acusa o ex-treinador da seleção de participar da venda de jogadores de futebol, o que ele nega.
A estudante já depôs na Justiça. Ela disse ter reafirmado as acusações feitas a Luxemburgo.
Renata afirmou, em seu depoimento, que foi ludibriada pelo técnico. Ele teria, de acordo com ela, se aproveitado de sua "ingenuidade". Segundo Renata, suas declarações de renda eram feitas por contadores que trabalhavam para Luxemburgo.
Em juízo, Renata disse que apenas assinava vias em branco porque confiava no técnico.
Os dois estão indiciados em crimes previstos na Lei contra a Ordem Tributária. O treinador é acusado de ter violado o artigo 1º da lei -"omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias".
Wanderley Luxemburgo e Renata estão sujeitos a condenação e penas que variam de dois anos a cinco anos de prisão, mais o pagamento de multa.
Mesmo se condenados, os dois não deverão ser presos. Como são réus primários, a legislação penal prevê a substituição da detenção por penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade.


Texto Anterior: Senado investiga remessas de Luxemburgo ao exterior
Próximo Texto: Vasco realiza eleições sob suspeita
Índice