São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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peso da camisa

Corinthians amedronta pratas-da-casa

Artilheiros na base e em outros times, atletas revelados no clube sofrem para balançar as redes no time profissional

Enquanto Jô e Bobô brilham na Europa, Lulinha ainda não marcou pelo clube na equipe principal e Dentinho reclama de falta de sorte

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O corintiano Lulinha, que ainda não marcou gols como profissional


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o corintiano, custa acreditar que Bobô e Jô viraram sensação na Europa e Dentinho e Lulinha eram superatilheiros nas categorias de base.
Isso porque o clube, que amanhã faz jogo decisivo por sua permanência na primeira divisão do Brasileiro contra o Goiás, se especializou em revelar jogadores que penam para balançar as redes vestindo a camisa profissional corintiana.
Jô fez 115 jogos pelo Corinthians e marcou 18 vezes. No CSKA, da Rússia, fez mais do que isso apenas na sua primeira temporada, em menos de 30 partidas. Sua média de gols no futebol europeu (0,60 por jogo) cresceu 275% em relação aos tempos de Brasil.
Bobô precisou de 63 partidas pelo Corinthians para marcar cinco gols. Hoje, no Besiktas, já tem quatro no Campeonato Turco, que ainda está no seu início. Sua média de gols no novo clube cresceu 450% em relação ao tempo em que perdia gols incríveis no Brasil.
No Brasileiro-07, em que está só um ponto acima da zona de rebaixamento, uma nova fornada de corintianos segue em "litígio" com as redes.
Juntos, Willian (que já foi para a Ucrânia), Lulinha e Dentinho somam 45 partidas pelo Campeonato Brasileiro. Nelas, fizeram apenas três gols.
Lulinha ainda não marcou como profissional no Corinthians em 13 partidas.
Duro para quem teve média superior a um gol por jogo em um Paulista sub-17 e foi artilheiro do Sul-Americano da categoria pela seleção com 12 tentos em apenas nove rodadas.
Ele não esconde a ansiedade pelo primeiro gol profissional.
"Pode até ser gol de canela que estará valendo. Tenho muitos amigos corintianos e eles estão me cobrando para eu marcar um. Vou fazer o máximo para que isso aconteça contra o Goiás", disse o jogador, que nega estar sentindo a pressão. "Todos temos responsabilidades, não importa a idade.
Não podemos escolher a fase em que vamos subir (aos profissionais). Temos boa cabeça e total condição de sair desta situação", falou Lulinha. Dentinho, que no profissional além do apelido usa o nome de batismo Bruno Bonfim, diz que a seca de gols pode acabar logo. "Falta um pouco mais de sorte. Falta a sorte que tanto eu como o Lulinha tínhamos na base. Falta aquela bola para a gente deslanchar", afirmou o jogador, que ao contrário do colega já teve o gosto de balançar as redes no time profissional -dois tentos em 18 jogos.
Nelsinho Baptista, o técnico dos dois, refuta a idéia que o peso da camisa profissional corintiana atrapalha os seus pupilos. "Eles não têm mostrado esse tipo de indecisão nem em treino e nem em jogo. São jogadores que entraram e deram nova dinâmica ao ataque", elogiou o treinador, valorizando as outras jogadas da dupla.


Colaboraram EDUARDO ARRUDA e PAULO GALDIERI, enviados especiais a Goiânia

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